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Menina brasileira ferida em ataque no Líbano terá que fazer nova cirurgia na perna

Fatima Boustani, mãe da criança de 10 anos, teve alta na terça (11)

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A menina Zahraa, 10, ferida em um ataque no sul do Líbano no dia 1º de junho, foi transferida para um hospital na capital Beirute e deverá ser submetida a uma nova cirurgia na perna. Desde o episódio, ela estava sendo tratada em uma unidade de saúde na cidade de Tiro e já tinha passado por outras duas operações, de acordo com familiares.

A mãe da menina, a brasileira Fatima Boustani, 30, que também ficou machucada no ataque, teve alta na terça-feira (11) após dez dias internada.

Fatima Boustani, 30, brasileira ferida em bombardeio no sul do Líbano - Acervo pessoal/Acervo pessoal

"A Fatima ficou muito chateada ao saber que a filha terá que ser submetida a uma outra cirurgia", diz Jihad Azzam, tio dela, à coluna.

Segundo ele, os médicos estão tratando inicialmente a ferida na perna de Zahraa para, depois da cicatrização, realizar esse novo procedimento.

A casa da família foi atingida em um ataque aéreo em Saddikine, cidade perto da fronteira com Israel e a cerca de 100 quilômetros de Beirute.

Além de Zahraa, outro filho de Fatima de 9 anos, Ali, também estava no local durante o ocorrido. Ele chegou a ser internado, mas seus ferimentos foram menos graves. Outros dois filhos de Fatima estavam com a avó, que mora a 600 metros. O mais velho chegou a acompanhar a mãe na ambulância, após ela ser socorrida.

De acordo com o irmão de Fatima, Hussein Boustani, Zahraa ficou muito abalada com o que aconteceu. "Quando passam aviões ou há um barulho mais forte, até mesmo uma porta batendo, ela fica com muito medo."

Em entrevista ao UOL, a brasileira disse que precisou sair do Brasil após ter sido agredida pelo marido, Ahmad Aidibi. À coluna, a família de Fatima disse que a brasileira fez um boletim de ocorrência dizendo que ele tentou enforcá-la. Ele nega.

Na ocasião, o então casal e seus quatro filhos moravam em Marília, no interior do estado de São Paulo.

Segundo o B.O., o marido de Fatima também levou os documentos dos filhos e, dias depois, embarcou com eles para o Líbano, sem a autorização dela.

Em nota, a Secretária de Segurança Pública (SSP) disse que o caso foi arquivado por não haver a constatação de crime.

"O caso mencionado foi registrado como subtração de incapazes e investigado pela Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Marília. A equipe da unidade realizou diligências e, junto à Polícia Federal, obteve a informação que o genitor tinha a autorização da mãe para a viagem", afirma a SSP.

Dias após o bombardeiro de 1º de junho, as Forças Armadas de Israel disseram à Folha que abriram uma investigação para apurar um possível "mau funcionamento técnico" em uma ou mais bombas usadas num ataque dirigido contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano na data. A falha pode ter resultado na destruição da casa na qual vivia a brasileira Fatima e seus filhos.

Na resposta enviada à reportagem, Tel Aviv disse ter realizado no sábado "um ataque contra um centro de comando e controle militar do Hezbollah na área de Saddikine, no sul do Líbano" —ou seja, nas mesmas localidade e data em que Boustani e seus filhos foram feridos. Devido a uma suposta falha, o ataque pode ter ocorrido "em uma área diferente do alvo designado" e, por isso, "o incidente está sob análise".

No Brasil, o Itamaraty protestou com indignação contra o ataque que atingiu a cidadã brasileira, pedindo a Israel "máxima contenção" em suas ações. A nota da chancelaria, porém, não responsabilizava expressamente Tel Aviv pelo ocorrido. Dizia que o episódio havia ocorrido "no contexto de ataques das Forças Armadas israelenses no sul do Líbano, e do Hezbollah no norte de Israel".

Desde o início do conflito com o Hamas, em 7 de outubro, a Procuradoria de Justiça Militar de Israel já abriu pelo menos 70 investigações formais por crimes de guerra possivelmente cometidos por suas forças. Além disso, o país está sendo julgado na Corte Internacional de Justiça por uma denúncia de genocídio contra os palestinos, feita pelo governo da África do Sul.


LUZ, CÂMERA, AÇÃO

O diretor artístico do In-Edit Brasil — Festival Internacional do Documentário Musical, Marcelo Aliche, recebeu convidados na abertura da 16ª edição do evento, na noite de quarta-feira (12), no CineSesc, em São Paulo. A atriz Gilda Nomacce e o músico Edgard Scandurra marcaram presença na celebração.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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