Dois vídeos que falam sobre o apoio à amamentação viralizaram recentemente. O primeiro deles é da cantora Katy Perry sendo alimentada pelo parceiro Orlando Bloom enquanto estava com as mãos ocupadas, amamentando sua bebê, Daisy.
O outro trazia uma mãe amamentando o filho durante a madrugada e sendo amparada pelo parceiro. "Sempre temos o que fazer, marujo. Sempre!", escreveu Tiago Koch, do Homem Paterno, ao repostar o vídeo abaixo:
Pai de Iara, 5, e Nalu, de 6 meses, Koch diz que uma pegadinha muito comum entre os homens que atuam "além da média" é ter o sentimento de heroísmo.
"A régua das paternidades é muito pequena. Qualquer coisa que os pais fazem já vem o sentimento de superioridade", diz. Ele conta que, no passado, já cobrou o reconhecimento de Bruna, sua parceira, por cumprir o seu papel em casa, assumindo as tarefas para que ela pudesse dar atenção para a primeira filha. Hoje, reconhece que a empatia não é somente se colocar no lugar da esposa e sim estar junto dela.
"Essa busca por reconhecimento ocorre por causa das referências negativas sobre paternidade enraizadas nos homens", afirma.
Para se ter uma ideia de parte dessa ausência, em 2021, aproximadamente 100 mil crianças brasileiras não tiveram o registro do nome do pai em seus documentos, segundo a Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais).
Outro ponto levantado por Koch é o mito do instinto materno.
Elisabeth Badinter fala sobre isso no livro "Um Amor Conquistado: O Mito do Amor Materno". Após uma vasta pesquisa, a autora afirma que esse sentimento se adquire com a convivência, o que seria perfeitamente igual se os homens fizessem a mesma coisa que as mulheres: investissem tempo com os filhos e não "devolvessem" quando eles não parassem de chorar, por exemplo.
A licença-paternidade curta também não colabora para isso. A mãe passa de 4 a 5 meses com os filhos diariamente, enquanto boa parte dos homens chega mais tarde, convive menos e é levado a concluir que a mulher é quem consegue dar conta do recado.
Esse tema estará entre os assuntos do curso "Puerpério Para Homens", lançado por Tiago. As turmas serão online e presenciais e abordarão o puerpério feminino e masculino, as mudanças fisiológicas que ocorrem nas mulheres, o papel do pai, como ser útil na amamentação, entre outros.
"Mais que exposição dos conteúdos, a ideia é criarmos um espaço seguro, ético e empático para dialogarmos sobre o universo complexo do puerpério, trazendo à luz o lugar do homem durante esse período", explica. As aulas têm início no dia 15 de fevereiro.
SERVIÇO
Seis aulas, a partir de 15 de fevereiro, sempre às quintas-feiras, às 20h.
Inscrições neste link: https://www.homempaterno.com.br/puerperio-para-homens
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