O interior do Rio Grande do Sul não se contenta apenas em ser um dos principais berços dos dinossauros: também é um dos lugares do mundo em que se encontram alguns dos fósseis mais importantes para entender a origem dos mamíferos. Durante o período Triássico, por volta de 230 milhões de anos atrás, o local abrigava uma considerável diversidade de espécies do grupo dos cinodontes. São bichos que, do nosso ponto de vista, podem parecer ratões mal-diagramados, mas que correspondem a formas de transição entre répteis mais primitivos e o nosso grupo de vertebrados.
Uma das espécies mais interessantes do grupo no Rio Grande do Sul da Era dos Dinossauros pode ser vista aqui embaixo: o Prozostrodon brasiliensis, mais ou menos do tamanho de um gato. Pesquisadores brasileiros e argentinos já conheciam a espécie, mas encontraram e descreveram recentemente o crânio mais completo dela descoberto até agora.
Dá para ter uma excelente ideia do tamanho do bicho ao comparar a parte de cima do crânio com uma mão humana na imagem abaixo. A análise do novo espécime foi feita por pesquisadores do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e do Museu Argentino de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia.
O achado aconteceu no município de São João do Polêsine. O crânio estava em meio a um grande "pacotão" rochoso, pesando cerca de uma tonelada, onde também foi encontrado o dinossauro carnívoro Gnathovorax cabreirai e répteis herbívoros do grupo dos rincossauros.
Apesar da semelhança superficial com roedores de hoje, o animal provavelmente comia pequenos vertebrados e insetos. A pesquisa sobre o crânio, que faz parte da tese de doutorado da paleontóloga Micheli Stefanello, está em artigo na revista especializada Journal of Mammalian Evolution.
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