Ainda existem algo entre 7.000 e 6.000 idiomas no mundo (esse número, infelizmente, diminui a cada dia; línguas minoritárias frequentemente têm perdido seus falantes). A diversidade é imensa, não há dúvida, mas esses números brutos escondem o fato de que uma quantidade desproporcionalmente alta de pessoas mundo afora é formada por falantes nativos de um pedacinho relativamente pequeno dessa diversidade.
É o caso dos descendentes -- biológicos e culturais -- do sujeito abaixo, que viveu na atual Ucrânia há uns 5.000 anos e provavelmente falava um idioma indo-europeu. O grupo linguístico indo-europeu, que inclui o português, mas também o grego, o persa e o hindi, tem 3,2 bilhões de falantes hoje.
Ou há o caso das línguas bantus da África, com quase 400 milhões de falantes. Ou as línguas sino-tibetanas, o grupo do chinês, com 1,4 bilhão de falantes nativos.
Essas famílias linguísticas extremamente comuns no mundo de hoje descendem de ancestrais que existiram há alguns milhares de anos. É verdade que muitas delas foram impulsionadas pela expansão colonial relativamente recente -- é o caso de várias da família indo-europeia, inclusive o português. Mas todas já tinham uma história de sucesso milênios antes disso.
As razões por trás dessa expansão antiga são complicadas e fascinantes, com pistas sobre desenvolvimento agrícola e tecnológico e impacto tanto cultural quanto genético nas populações atuais. E é isso que vamos investigar numa série de posts aqui no blog, em breve. Fiquem ligados -- este foi só um pequeno "teaser". Até breve!
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