Por mercado do Oriente, Ambev prepara abertura de capital em Hong Kong
Empresa espera levantar US$ 9,8 bilhões para ganhar espaço no Japão e na China
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Prestes a completar 15 anos como a maior cervejaria do planeta, a belga-brasileira Anheuser-Busch Inbev está longe de saciar sua sede de conquista —muito pelo contrário.
A empresa que vende uma a cada quatro cervejas consumidas no mundo quer protagonizar no mercado este ano o maior IPO (sigla em inglês para abertura de capital), com a venda de uma fatia minoritária de seus
negócios na Ásia.
A expectativa é levantar US$ 9,8 bilhões em Hong Kong para expandir marcas na própria região.
Os principais focos são Japão e China, dois dos poucos países onde as 500 marcas da empresa não estão entre as mais vendidas. A estratégia de conquista asiática inclui replicar a adotada para a expansão na América Latina, comandada pela Ambev.
A companhia no Brasil, fusão entre Brahma e Antarctica que completa 20 anos neste mês, é desde sua criação uma máquina de comprar concorrentes. A empresa tem hoje mais de cem cervejas em seu portfólio, boa parte delas de rivais como as artesanais Wälls e Colorado.
A controlada brasileira da AB Inbev fechou 2018 com um lucro de R$ 11 bilhões e 66,3% do mercado brasileiro, fatia que já foi estimada em mais de 80% antes da chegada da concorrente Heineken.
No portfólio, há produtos sem álcool, como Guaraná Antarctica e Pepsi.
A gestão agressiva de funcionários, com metas ambiciosas atreladas à remuneração, é outro traço da Ambev que deve ser exportado.
Aliada à avaliação financeira minuciosa de cada negócio comprado, a característica permeia toda a história do lendário trio de empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
Os três eram sócios do Banco Garantia, nos anos 1980, quando compraram a Brahma. Anos depois, comandaram a fusão com a Antarctica, dando origem à Ambev.
Em 2004, a empresa se uniu à belga Interbrew e, em 2008, foi a vez da compra da maior rival, a Budweiser, por US$ 52 bilhões.
Foi criada assim a Anheuser-Busch Inbev, hoje um conglomerado de 175 mil funcionários e cerca de US$ 175 bilhões em valor de mercado.
Em 2016, a companhia comprou a maior rival, a anglo-sul-africana SABMiller, por US$ 104 bilhões.
As dívidas da transação somam-se a quedas das vendas nos EUA e Canadá, atribuídas a mudanças de comportamento dos consumidores.
No Brasil e outros países latinos, o mercado estagnou com a economia. A queda do valor de mercado da Ambev foi de R$ 340,7 bilhões para R$ 241,8 bilhões em 2018 —mais justificativas para desbravar o Oriente.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters