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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Oferta da Unipar pela Braskem é mais vantajosa, diz BTG

Em relatório, banco de investimento avalia que grupo brasileiro tem mais a oferecer aos credores do que árabes da Adnoc

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São Paulo e Brasília

O BTG Pactual disparou um relatório para seus clientes em que avalia a proposta de compra da Braskem pela Unipar como sendo mais atraente do que aquela apresentada pelo consórcio Adnoc, estatal dos Emirados Árabes Unidos, e o fundo Apollo.

A Novonor controla a Braskem com metade das ações da companhia e tem uma dívida de R$ 14 bilhões com bancos credores —Santander, BB, BNDES e Bradesco.

A Braskem é cobiçada em processo de venda - braskem

O BTG não é credor da empresa, mas acompanha a renegociação dessa dívida, que afeta o preço de uma possível venda do controle da Braskem —hoje dividido entre Novonor e Petrobras.

O banco afirma que a oferta da Unipar é menor (em valor) do que a dos árabes, porém oferece mais possibilidades de retorno.

Segundo o documento, a que coluna teve acesso, a Unipar propõe R$ 10 bilhões em dinheiro, a renegociação de R$ 4 bilhões em dívidas com os bancos credores e uma oferta pública para comprar R$ 7 bilhões em ações dos minoritários.

O consórcio Adnoc e Apollo fez uma combinação: parte do pagamento em dinheiro, parte em títulos perpétuos (perpetual bonds) com taxa de juros de 4% ao ano e garantias de VPL (valor presente líquido) abaixo de R$ 30 por ação.

Ambas as propostas são não-vinculantes, o que significa que partem desses patamares para uma futura negociação com a Novonor.

Pelos cálculos do BTG, nesse cenário, a oferta da Unipar é 22% superior à realizada pelos árabes e oferece 43% de valorização em relação ao preço de fechamento da Braskem na sexta (R$ 29).

O banco também observa que as propostas anteriores não conseguiram alinhar os interesses de todos os envolvidos na operação, principalmente os credores da Novonor, que precisam receber mais de R$ 14 bilhões —para quitar a dívida e sair com algum dinheiro do negócio.

"Embora a suposta oferta de R$ 10 bilhões da Unipar pareça mais favorável aos credores, ela ainda implica um grande corte de dívida", diz o BTG no relatório aos investidores.

Apesar do cenário positivo, o BTG também lembra que a Petrobras possui uma parte das ações da petroquímica e que, se a companhia decidir comprar a participação da Novonor, os acionistas minoritários não receberão vantagens dos direitos de tag along (obrigação de estender a mesma oferta dos controladores para os acionistas minoritários interessados em vender seus papéis).

Opinião semelhante é a da consultoria Redd Intelligence, que em relatório do dia 15 afirmou que a proposta da Unipar parece mais interessante aos bancos credores como Santander, Bradesco, Banco do Brasil, BNDES e Itaú.

Com a oferta da companhia controlada pelo empresário Frank Abubakir, o chamado haircut (diminuição do valor da dívida) dos bancos pode chegar a 33%. Na proposta dos árabes, a Redd afirma que não existe diminuição nominal e o VPL (valor presente das ações da companhia) é menor.

A proposta da Unipar só não leva em conta a indenização a ser paga ao estado de Alagoas pelo afundamento do solo em um bairro da capital Maceió, resultado de uma exploração de minério pela empresa.

Ainda segundo os negociadores, hoje o governo estadual pleiteia a mesma quantia a ser paga à prefeitura pelos danos causados. Isso deve custar R$ 2 bilhões, o dobro do que inicialmente foi acertado.

"Mesmo com esse litígio [em Alagoas] e os atuais baixos spreads para produtos petroquímicos, dois licitantes acharam que era o momento certo para fazer uma oferta por um pedaço da Braskem. Os credores bancários escolherão um ou esperarão por algo melhor? Este pode ser um acordo de agora ou nunca", afirma a Redd.

Com Diego Felix

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