A quantidade de microplásticos na Antártida está sendo analisada com o uso da ciência nuclear para estudar as águas, os sedimentos e até mesmo as fezes dos pinguins da região.
A nova pesquisa conjunta, lançada neste fim de semana pela Agência Internacional de Energia Atômica da Organização das Nações Unidas (AIEA) e pelo Instituto Antártico Argentino (IAA), faz parte da Iniciativa NUTEC Plastics, da AIEA, que já analisou a poluição por microplásticos em países de todo o mundo.
Rafael Grossi, diretor geral da AIEA, disse que, até agora, com o uso de aplicações nucleares, foi possível determinar com boa precisão a quantidade de poluentes encontrados no fundo do mar e também a sua origem.
"A saúde da Antártida é essencial para a saúde do planeta", disse Grossi à agência de notícias Reuters do continente gelado, que visitou no sábado (6) ao lado do presidente argentino Javier Milei.
O programa usará o navio quebra-gelo argentino Almirante Irízar e os cientistas coletarão amostras de guano (material que vem do acúmulo de fezes e cadáveres de aves oceânicas) de pinguim, sedimentos do fundo do mar e da água ao redor da camada de gelo. O material será analisado na Base Carlini da Argentina, na Antártida. Outras serão enviadas para o centro de pesquisa da AIEA em Mônaco.
Lucas Ruberto, pesquisador do IAA disse que os microplásticos —partículas menores que 5 milímetros— são um problema global devido ao grande uso de plásticos e são prejudiciais à vida, pois são frequentemente ingeridos, causando acúmulo dentro dos organismos que pode levar a doenças.
"Estima-se que, desde sua introdução no mercado, 7 bilhões de toneladas de plástico tenham sido despejadas no meio ambiente, grande parte delas no ambiente marinho", disse ele.
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