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Por Lílian Moreira; Por TechTudo

Broken Sword 5: The Serpent’s Curse é uma aventura point-and-click que traz de volta o melhor do gênero em uma época de produções mal feitas que deixam o jogador na mão. Um trabalho meticuloso, uma história envolvente e puzzles interessantes podem fazer uma pessoa querer terminar o jogo de uma vez só. Porém, infelizmente apenas a primeira metade da história está disponível neste lançamento inicial. Confira o review dessa primeira parte:

Broken Sword 5: ótima realização no gênero (Imagem: Divulgação/Kickstarter) — Foto: TechTudo
Broken Sword 5: ótima realização no gênero (Imagem: Divulgação/Kickstarter) — Foto: TechTudo

A história de Broken Sword 5: The Serpent’s Curse se passa depois dos eventos do quarto jogo. Vivemos novamente na pele do funcionário americano de seguradora George e da jornalista francesa Nico. A dupla se reencontra em Paris em um evento de uma galeria de arte assegurada pela empresa de George. Está em exposição um quadro misterioso com forte significação religiosa e fruto de diversos tipos de especulação, La Maledicció.

A aventura começa quando um assalto à mão armada ocorre em plena exposição, seguido do assassinato do dono da galeria. O criminoso tem sua face coberta e leva especificamente o quadro em questão, mesmo este nem sendo o mais valioso nem o de mais fácil acesso.

George precisa achar o quadro para evitar que a companhia tenha que pagar o seguro, mantendo assim seu emprego. Nico quer ganhar credibilidade no jornal e garantir a primeira página de domingo. Os dois começam a investigar o caso independente da polícia, que como é de praxe nessas histórias, só atrapalha. A trama então começa a desenvolver um esquema que envolve críticos de arte renomados, mafiosos de porte internacional e maquinação religiosa, no melhor estilo conspiratório de Broken Sword.

Broken Sword 5 romance policial (Foto:Reprodução/Lílian Moreira) — Foto: TechTudo
Broken Sword 5 romance policial (Foto:Reprodução/Lílian Moreira) — Foto: TechTudo

Existe apenas um modo de jogo em Broken Sword 5: The Serpent’s Curse: a aventura single player. Desvendar o mistério envolve alternar entre controlar George ou Nico, cada um com suas potencialidades e inventário. A Revolution Software se mostrou madura no ramo, desenvolvendo um point-and-click consistente, pronto para agradar os admiradores do gênero.

Como é comum no estilo, cada cena deve ser explorada com o mouse e sempre que existe uma possibilidade de interação o cursor se transforma em um formato condizente, e o foco está em desenvolver a história através da resolução de diversos enigmas no cenário. A maior dificuldade dos desenvolvedores menos experientes está na falta de lógica dos puzzles, gerando uma dificuldade desnecessária.

Esse problema, apesar de tão comum atualmente, não afeta Broken Sword 5: The Serpent’s Curse. Os desafios são bem bolados, de forma que o jogador não fica perdido caso apenas tenha deixado uma pequena parte da tela sem percorrer o mouse e não precisa voltar cinco ou dez cenas sem saber o que ficou pra trás.

Broken Sword 5: Puzzles clássicos do gênero (Foto:Reprodução/Lílian Moreira) — Foto: TechTudo
Broken Sword 5: Puzzles clássicos do gênero (Foto:Reprodução/Lílian Moreira) — Foto: TechTudo

Além disso existe um sistema de dicas que pode ser ligado ou desligado. Com elas os jogadores mais apressados não precisarão ficar agarrados em situações difíceis caso não queiram aceitar o desafio. No entanto, não existem puzzles ilógicas nem exageradamente difíceis e tudo pode ser resolvido com algum tempo.

Para quem gosta de mais ação o jogo pode ser lento demais, como ler um livro em que só se pode virar a página caso resolva o mistério desta. Rapidez não é algo exigido em nenhum momento, apenas pensamento lógico e exploração. Em compensação a trama é bem instigante e deixa o jogador envolvido e curioso.

Broken Sword 5: humor sutil (Foto:Reprodução/Lílian Moreira) — Foto: TechTudo
Broken Sword 5: humor sutil (Foto:Reprodução/Lílian Moreira) — Foto: TechTudo

Durante a produção houve um cuidado grande com detalhes, perguntar a mesma coisa para a mesma pessoa duas ou três vezes pode gerar respostas diferentes, deixando a jogabilidade bem interessante pra quem gosta de explorar. Além disso algumas respostas ficam bem engraçadas pois é possível interagir todos os objetos do inventário com NPCs, perguntando, por exemplo, durante um encontro, se a garota gosta de cortadores de unha.

Broken Sword 5: The Serpent’s Curse foi um projeto financiado coletivamente pelo Kickstarter. A credibilidade da desenvolvedora rendeu quase o dobro do pedido inicial e o que seria um jogo mais curto se tornou uma grande história, com várias locações, dividida em duas partes. A desvantagem disso é que apenas o primeiro capítulo foi lançado e a história termina em um momento de suspense.

O aspecto visual do jogo evoluiu muito desde o título anterior. Em vez de um 3D mais grosseiro foi escolhido uma renderização com aspecto 2D, dando uma impressão de desenho animado. A animação ficou bem sutil e fluida, a paleta de cores mais alegre e clara.

Broken Sword 5: caracterizar um personagem (Foto:Reprodução/Lílian Moreira) — Foto: TechTudo
Broken Sword 5: caracterizar um personagem (Foto:Reprodução/Lílian Moreira) — Foto: TechTudo

Paris e Londres são retratados belamente em um gráfico que parece uma pintura. Não raro nos surpreendemos com a riqueza de detalhes de ambientes externos e internos. Existe um grande cuidado com a parte artística do jogo. Os personagens também são bem sólidos e profundos, com motivações emocionais e personalidades bem definidas. Além disso a dublagem é muito profissional, dando uma textura única a cada pessoa.

Broken Sword 5: The Serpent’s Curse é um belo jogo de aventura point-and-click com uma história envolvente e misteriosa. Superior à muitos jogos similares não traz problemas recorrentes na atualidade, como puzzles sem nenhum sentido ou desnecessariamente difíceis. O cuidado e atenção a detalhes dos produtores se evidencia nos personagens sólidos e na arte meticulosa. O lançamento apressado, no entanto, trouxe apenas metade do título, deixando a história parada em um momento de suspense, o que é bastante frustrante em termos de diversão.

9.5

Gráficos
10
Jogabilidade
9
Diversão
9
Som
10

Prós

  • Puzzles bem-feitos
  • História envolvente
  • Arte meticulosa

Contras

  • Apenas metade da história

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