Jogos de aventura
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Por Felipe Vinha, para o TechTudo


The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é o mais novo game da série da Nintendo, lançado em 12 de maio para o Nintendo Switch. O título é continuação de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, de 2017, e dá sequência aos eventos mostrados no jogo anterior. Link e Zelda estão de volta, desta vez para enfrentar uma nova ameaça que recai sobre Hyrule. O lançamento ainda retém o estilo de aventura e ação com elementos de RPG, apresentando novidades como a mecânica de Ultrahand, capaz de unir dois ou mais itens em um.

Essas e outras novidades têm agradado a mídia especializada, que aponta a continuação de BOTW como um dos melhores jogos de 2023. Vale lembrar que The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é um game exclusivo do Switch, mas é compatível com qualquer modelo do console portátil. O jogo está disponível em formato digital e mídia física por preços que variam entre R$ 358 e R$ 400.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é exclusivo do Nintendo Switch e aparece como candidato a jogo do ano em 2023 — Foto: Divulgação/Nintendo
The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é exclusivo do Nintendo Switch e aparece como candidato a jogo do ano em 2023 — Foto: Divulgação/Nintendo

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É hora de voltar a Hyrule

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom começa um pouco depois do término dos eventos de Breath of the Wild. Sua história é envolta em mistérios, mas logo começa a ser explicada nos primeiros minutos. Na primeira vez que você liga o jogo, não há uma tela de menu ou de opções. Tears of the Kingdom começa como um filme, exibindo seus créditos iniciais e com os dois protagonistas em cena: Zelda e Link.

A icônica dupla agora explora as ruínas abaixo do Castelo de Hyrule, o ponto central do reino. Forças misteriosas e malignas estão por ali e os dois precisam desvendar suas origens com o objetivo de livrar o reinado do mal, de uma vez por todas. Logo, Zelda e Link descobrem que a missão não será fácil, já que a exploração acaba por libertar um antigo ser demoníaco adormecido no local.

Hyrule está mais viva do que nunca em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom — Foto: Divulgação/Nintendo
Hyrule está mais viva do que nunca em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom — Foto: Divulgação/Nintendo

A partir daí, Link e Zelda são separados e nosso herói é levado a uma nova área para explorar, ainda dentro do mapa de Hyrule. Nas primeiras horas, é possível descobrir uma pequena masmorra, ilhas voadoras e outras novidades, sempre no objetivo de encontrar Zelda e livrar a região do mal mais uma vez.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom não é inovador e absolutamente imperdível em termos de história, mas isso não é um defeito. O jogo conta sua narrativa de forma centrada e elegante, trazendo uma dose de momentos emocionantes e outro contemplativos, muito bem equilibrados em cada camada.

E as novidades?

A jogabilidade de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom retém quase tudo que já fez sucesso em Breath of the Wild. Ao menos a jogabilidade básica, de se movimentar, pular, escalar e comandos para o combate, está presente. Quem se familiarizou com o anterior vai se dar muito bem por aqui, mas, felizmente, o jogo é claro o suficiente para ensinar os controles mais básicos também aos novatos. Tears of the Kingdom é didático e faz isso muito bem.

De novidade real e tangível, sem trocadilhos propositais, temos a Ultrahand, ou “mão ultra”. Esta habilidade tem relação com um braço especial que Link adquire logo no início da aventura e é inspirado por um antigo brinquedo da Nintendo que levava o mesmo nome. Com ela, o herói pode alcançar locais mais altos, movimentar objetos em cena e, por fim, grudar um item no outro, algo que traz uma das maiores novidades do jogo.

Ultrahand é uma das novidades em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom — Foto: Divulgação/Nintendo
Ultrahand é uma das novidades em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom — Foto: Divulgação/Nintendo

Em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom a criatividade é o que mais conta na gameplay. Com a Ultrahand vêm outras possibilidades de jogabilidade, como o Fuse, para grudar objetos e formar novas armas, ou o Ascend, para alternar entre plataformas mais altas ou mais baixas. De certa forma, o novo Zelda quase deixa de ser sobre a princesa protagonista e que dá o nome à aventura, passando a ser uma caixinha de areia repleta de brinquedos.

Basta procurar pela hashtag do game nas redes sociais, especialmente no Twitter, e você encontrará inúmeros vídeos com as mais variadas criações de jogadores, cobrindo todos os tipos de objetivo. Os jogadores trazem exemplos de como chegar a um lugar específico do mapa, movimentar algum item mais pesado ou simplesmente, por pura e simples diversão, passar o tempo, sem seguir qualquer outra missão dentro do game.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom te deixa construir carros de diferentes formatos — Foto: Divulgação/Nintendo
The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom te deixa construir carros de diferentes formatos — Foto: Divulgação/Nintendo

São veículos, barcos, instalações robustas, skates e até pequenos robôs – isso mesmo, robôs, ou uma espécie deles. Tudo interativo, reativo e com gatilhos que podem ser ativados de acordo com a vontade do jogador - ou a forma que ele monta suas criações. A Nintendo pegou o conceito de criatividade e elevou em muitas potências neste jogo.

Foco ainda maior em Shrines

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom não deixou de lado os elementos que deram certo no jogo anterior. Um dos pontos principais de sua jogabilidade está nos chamados Shrines, como são conhecidas as masmorras nesta pequena série de Zelda no Nintendo Switch. Se você gostou deles em BOTW, vai curtir ainda mais o que fizeram por aqui.

Para quem não se lembra ou está conhecendo agora, os Shrines são pequenas masmorras com desafios de quebra-cabeças. Era preciso resolvê-los para coletar itens especiais e ganhar alguns bônus para incrementar sua evolução no game.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom não é feito apenas de combates — Foto: Divulgação/Nintendo
The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom não é feito apenas de combates — Foto: Divulgação/Nintendo

Acontece que os Shrines em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom têm um protagonismo ainda maior, no sentido literal da palavra. Era comum resolver os quebra-cabeças dos Shrines de Breath of the Wild em cinco ou 10 minutos, por exemplo. Já na sequência, você pode perder até meia hora ou mais em locais com desafios mais elaborados. E são provas bem inteligentes, nem sempre tão óbvias, exigindo ainda habilidade além do raciocínio lógico.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é um jogo que te faz pensar a todo o momento, seja para criar alguma coisa útil com a Ultrahand ou simplesmente para resolver puzzles nos Shrines. O game tem muito além de desafios de combates e de RPG, apresentando conteúdo que te desafio a todo momento, sempre com altos toques de liberdade.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom traz inovações em todos os pontos — Foto: Divulgação/Nintendo
The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom traz inovações em todos os pontos — Foto: Divulgação/Nintendo

Sim, a liberdade ainda está em alta em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom. É claro que você não pode fazer tudo que quiser por limitações automáticas que o game impõe, mas ainda é um dos títulos que mais premia aquele tipo de jogador que gosta de fazer tudo à sua maneira. Até mesmo desligar todos os elementos de interface na tela é possível, permitindo uma maior imersão e concentração no que está em sua frente.

Zelda é arte

Desnecessário dizer, mas é possível pontuar mesmo assim: The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é um dos jogos mais bonitos do Nintendo Switch. O game segue a mesma direção de arte do anterior, mas melhora consideravelmente em vários aspectos, inclusive em texturas e animações dos inimigos – agora muito mais “vivos” e com movimentos inesperados.

Para além de tudo, The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom roda muito bem. Não é um game que roda em 4K a 60 quadros por segundo, como alguns fanáticos por gráficos exigem, mas ainda é um título que faz bem o serviço técnico, mesmo que você jogue com o Switch em modo portátil, exigindo mais de seu hardware.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é um dos games mais bonitos do Switch — Foto: Divulgação/Nintendo
The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é um dos games mais bonitos do Switch — Foto: Divulgação/Nintendo

O que temos em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom são paisagens exuberantes, um estilo de arte que ainda lembra os antigos filmes do Studio Ghibli e personagens visualmente tão carismáticos que qualquer reclamação estética vai soar exagerada e desnecessária. Temos em mão um jogo que extrai tudo que o Switch pode fazer – lembre-se de que estamos falando de um jogo com vasto mundo aberto para explorar.

A técnica em alta qualidade é acompanhada na parte sonora, que também está bastante interessante. Inclusive, recomendo jogar com o áudio em japonês, pois a dublagem em inglês não é das melhores. E, por falar em idiomas, é necessário pontuar outra “coisinha” a seguir.

Mandou mal...

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom não tem nenhum tipo de localização em português, nem mesmo para o português de Portugal. O mais “próximo” que o jogo apresenta é o espanhol latino-americano. Isso é completamente inaceitável, em pleno 2023, onde praticamente todos os grandes lançamentos de empresas concorrentes chegam com tradução para a nossa língua, quinta mais falada no mundo.

Vale reforçar que até mesmo empresas pequenas lançam seus games no Brasil com tradução oficial. Como aceitar que uma produtora gigantesca e com enorme tradição, como a Nintendo, ainda deixe de fora um lançamento em português do seu principal jogo do ano? Muitos podem classificar como uma exigência boa demais, mas, no cenário atual, é uma falha considerável e que merece críticas.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom vale a pena?

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é um espetáculo — Foto: Divulgação/Nintendo
The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é um espetáculo — Foto: Divulgação/Nintendo

É chover no molhado afirmar que, sim, The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom vale muito a pena. É um jogo completo, robusto, com muito carisma e muita coisa para se fazer. Qualquer jogador que se deseja mergulhar na aventura vai superar as 200 horas de jogatina facilmente pelo mapa, de tanto que se tem para descobrir e enfrentar na nova versão do reino de Hyrule. Há quem diga que o game traz o mesmo mapa do anterior, o que é parcialmente verdade, mas isso não significa que seja uma simples atualização.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom já é um dos melhores jogos do ano, em uma temporada abarrotada de muitos títulos de qualidade que chegam por aí. É verdade que a falta de tradução ainda pesa, mas isso não tira o brilho da qualidade técnica e exuberância da nova aventura de Link, carregado de novidades, inovações e mais formas de se jogar.

10

O mais completo Zelda já feito

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom diverte, inova nos pontos certos e é o jogo mais bonito que o Nintendo Switch já recebeu. Quem se pergunta se vale a pena investir, pode pagar sem medo pelo game, já uq eé um título robusto e que valoriza o tempo de seus jogadores.
Enredo
10
Gameplay
10
Gráficos
10
Trilha sonora
10
Ritmo
10
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