Nuno Rebelo de Sousa aceitou o convite para depor na comissão parlamentar de inquérito (CPI) no caso das gémeas luso-brasileiras. A audição deverá acontecer no dia 3 de julho por videoconferência. Numa missiva enviada à Assembleia da República pelos seus advogados, informa-se que o filho do Presidente da República "vai usar do seu direito ao silêncio, e que vai fazê-lo na íntegra".
Os advogados explicam ainda que Rebelo Sousa não podia comparecer na primeira data proposta pela CPI por motivos profissionais e que a hipótese da videoconferência só agora foi proposta, o que permite maior flexibilidade. Na missiva a que a
SÁBADO teve acesso pode ler-se: "Se a Comissão, apesar de o mesmo ter já informado que vai usar do seu direito ao silêncio, e que vai fazê-lo na íntegra, considera a audição necessária e útil, e considerando que a Comissão admite, agora, a possibilidade de a audição se realizar por videoconferência, então, naturalmente, confirmamos a disponibilidade do nosso Constituinte para essa videoconferência".
Os advogados Rui Patrício e Tiago da Costa Andrade enfatizam que o seu cliente "nunca se recusou" a colaborar com a CPI. Na verdade, os advogados já tinham afirmado, num email a que a
SÁBADO teve acesso, que que o seu cliente que não se opunha a que os deputados "tenham acesso aos esclarecimentos orais e escritos" já prestados em maio deste ano no inquérito que corre no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, desde que o Ministério Público o consinta.
A SÁBADO teve acesso ao depoimento secreto do filho do Presidente ao DIAP de Lisboa no qual o empresário explica como soube do caso, recorda a interação com os pais, esclarece os contactos com a Presidência, descreve a reunião com Lacerda Sales e recusa ter cometido qualquer crime.
Numa fase inicial, Nuno Rebelo de Sousa disse que se recusava a ir à CPI prestar esclarecimentos sobre o caso da alegada cunha que terá levado ao tratamento das gémeas luso-brasileiras. Rui Paulo Sousa, o presidente da comissão de inquérito, informou que o economista teria de se apresentar "presencialmente ou por videoconferência" e que se não o fizesse seria apresentada uma queixa às autoridades.