Siga o nosso canal no WhatsApp e não perca as grandes histórias da SÁBADO. Seguir

"Temperaturas extremas" em junho afetaram 60% da população mundial

Estudo liga aumento das temperaturas sentidas em junho às alterações climáticas. Várias regiões do globo atingiram os 50ºC.

Cerca de 4,97 mil milhões de pessoas sofreram com "temperaturas extremas causadas pelas alterações climáticas durante nove dias no mês de junho", revela um relatório publicado no site Climate Central, Ou seja, mais de 60% da população mundial foi afetada por temperaturas extremas em junho, defende o relatório intitulado "Onda de calor global em junho de 2024 está fortemente relacionada com alterações climáticas" ("Analysis: Global extreme heat in June 2024 strongly linked to climate change").

Uma pessoa refresca-se na Piazza del Popolo, durante uma onda de calor em Roma, Itália, a 18 de julho de 2023. O ano passado ficou marcado pelas ondas de calor que afetaram toda a Europa, tendo sido o ano mais quente com 1,48ºC desde os níveis pré-industriais 1850-1900.
Uma pessoa refresca-se na Piazza del Popolo, durante uma onda de calor em Roma, Itália, a 18 de julho de 2023. O ano passado ficou marcado pelas ondas de calor que afetaram toda a Europa, tendo sido o ano mais quente com 1,48ºC desde os níveis pré-industriais 1850-1900. REUTERS/Remo Casilli
O estudo refere que em junho deste ano as temperaturas dispararam na maior parte do globo entre os dias 16 e 24 de junho, tendo sido registados recordes de temperatura em várias regiões. A Índia registou mesmo a maior onda de calor da sua história este verão, tendo metade da sua população sido afetada por temperaturas que chegaram perto dos 50ºC. Mais de 100 pessoas morreram e foram contabilizados 40 mil casos de insolações. A China também bateu o recorde de temperatura em junho, tendo a província de Wuhan atingido os 50ºC e alguns estados do sul dos Estados Unidos viram as temperaturas atingir os 52ºC. 

Os autores referem que 619 milhões de pessoas foram afetadas pelas temperaturas extremas na Índia; 579 milhões na China; 231 milhões na Indonésia; 206 milhões na Nigéria; 176 milhões no Brasil; 171 milhões no Bangladesh; 165 milhões nos Estados Unidos; 152 milhões na Europa; 123 milhões no México; 121 milhões na Etiópia e 103 milhões no Egito. Na Arábia Saudita foram atribuídas mais de 1.300 mortes às elevadas temperaturas sentidas durante a peregrinação a Meca. Em algumas cidades sauditas as temperaturas passaram os 50ºC.

Os autores sublinham que as ondas de calor - que são comuns - são cada vez mais duras devido às alterações climáticas causadas pelo consumo de combustíveis fósseis e pela desflorestação. Já Andrew Pershing, vice-presidente da organizaão de cientistas Climate Central, refere em comunicado que as ondas de calor que se fizeram sentir no mês de junho são "um desastre", acrescentando que "mais de um século a queimar carvão, petróleo e gás natural deram-nos um mundo cada vez mais perigoso".

Estas ondas de calor estão também muitas vezes associadas a quebras na rede elétrica devido à utilização de sistemas de ar condicionado e outras formas de refrigeração.

Artigos Relacionados