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THE MAG - THE WEEKLY MAGAZINE BY FLASH!

Acham que António Costa vai para o banco do jardim? Desenganem-se, ninguém pára o puto que entrou na política há 48 anos a colar cartazes do PREC

Ontem acabou oficialmente um ciclo político para António Costa. Sai do Governo acossado e sob suspeita. E o que vai fazer agora o homem que há 48 anos respira e transpira política por todos os poros? Vai-se reformar e namorar com a sua mulher, Fernanda? Vai deixar passar a poeira das acusações e das suspeitas e rumar a Bruxelas, assim os socialistas tenham como o eleger Comissário Europeu? Ou vai vingar-se de Marcelo e suceder-lhe em Belém? Quieto é que não vai ficar. Ninguém segura o velho "puto que colava cartazes do PREC".
João Bénard Garcia
João Bénard Garcia
07 de dezembro de 2023 às 22:47
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Os portugueses dificilmente acreditam que o primeiro-ministro António Costa, de 62 anos, que foi ontem, dia 7 de dezembro, oficialmente exonerado pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa do cargo, terminará aqui uma carreira de altos e baixos, com muita adrenalina, aventuras, sustos e golpes de sorte que já dura há 48 anos, e que lhe vamos revelar na The Mag. Sim, é verdade, leu bem: 48 anos. Costa milita nas hostes socialistas desde os 14 anos, onde foi um "menino guerreiro" que usava como armas cartazes com frases revolucionárias, cola resistente e trinchas em riste.

Foi no partido do punho e da rosa que exerceu todos os cargos possíveis de serem exercidos em política. Bem, falta-lhe ainda a Presidência da República e um cargo internacional, mas já lá vamos, que também esses não estão fora da equação de "babush", como lhe chamavam os colegas da escola, e os camaradas da juventude rosa, por força da sua origem goesa, de castas altas do lado do pai, Orlando, das quais diz que muito se orgulha.

Para quem já esfrega as mãozinhas, e faz contas a que António Costa saía acossado por um escândalo de corrupção pela porta pequena, e já não regressará à vida política ativa, antevendo-lhe até uma reforma antecipada para cuidar da mulher, Fernanda Tadeu, dos filhos Pedro Miguel e Catarina e dos futuros netinhos, desengane-se redondamente. Tentaram abater o leão, mas ele voltará para mostrar a sua raça… embora a analogia não cole lá muito bem, pois António Costa é benfiquista de gema e por isso o melhor é considerar que… a águia voltará a atacar.

Todas as imagens do casamento do filho de António Costa
António Costa, Pedro Costa
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António Costa, Pedro Costa
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António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
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António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
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António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa
António Costa, Pedro Costa

O JOVEM 'PINCHADOR' MILITANTE

Ora regressemos à origem deste animal político, seja águia, leão ou o que lhe entendermos chamar, que a oposição tentou abater durante 8 anos no Governo, mas foi o poder judicial quem levou a melhor na demanda, e, em apenas uma manhã soalheira de 7 de novembro último, consegui-lhe arrancar a demissão sem esforço.

António Costa foi jotinha, por moto próprio, aos 14 anos (foi ao Largo do Rato e inscreveu-se, em 1975, para grande desgosto do pai Orlando Costa, comunista dos sete costados) e especializou-se em colagem de cartazes no período de brasa política do PREC (Processo Revolucionário Em Curso). Costa júnior deve ter suado as estopinhas no "Verão Quente" de 1975, na arriscada atividade radical de colar cartazes à socapa pela calada da noite e nas barbas dos comunistas, que detinham sub-repticiamente o poder em Belém e São Bento, com o General Francisco Costa Gomes na Presidência a tapar os olhos às ocupações, saneamentos, nacionalizações em barda e reformas agrárias selvagens, promovidas pelo grupo do "camarada" Vasco Gonçalves, o chefe de três governos provisórios, que era bastante próximo do PCP, mas não tão radical quanto o PCP gostaria e por isso seria apeado do barco em setembro desse ano. Costa continuava na rua e na luta dos cartazes.

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Humorista deu um toque musical à polémica que começou em João Galamba e nem Marcelo Rebelo de Sousa escapou.

Foi neste ambiente de guerrilha panfletária e coladora clandestina de cartazes que se forjou o jovem António Costa, filho de um escritor, poeta e publicitário e de uma jornalista, Maria António Palla, uma das primeiras mulheres a dar cartas no Sindicato dos Jornalista em prol da classe. Com um pai comunista e uma mãe sindicalista, imaginamos como seriam aquelas refeições e serões em casa dos Costa. Se é que o adolescente António conseguia chegar a horas de as tomar ou sentar-se na sala para conversar sobre política com os progenitores, tal era a agitação do seu Processo Colador de Cartazes em Curso.

O BURRO, O FERRARI E O TRENZINHO

Militante entusiasta do Partido Socialista desde 1975, acabou por se conseguir licenciar em Direito, mas nem chegou a gastar a toga como advogado, pois rumou quase de imediato às funções políticas. Começou por baixo, como membro da Assembleia Municipal de Lisboa, aos 22 anos, subiu à Direção Nacional do PS pela mão do sampaísta Vítor Constâncio, apoiou Jorge Sampaio para a liderança do partido contra António Guterres em 1992, e foi o seu diretor de campanha para as Eleições Presidenciais de 1996, das quais saiu vitorioso contra Aníbal Cavaco Silva.

Pelo meio foi deputado, perdeu a corrida à Câmara Municipal de Loures por meras dezenas de votos, provocando o maior susto de que havia memória no maior bastião do PCP na Área Metropolitana de Lisboa. Ficaram famosas as suas ações de campanha bastante coloridas, como a corrida entre o Ferrari e um burro na Calçada de Carriche, que foi vencida pelo burro. Ou a batalha para levar o metropolitano até Odivelas, em que fez o circuito montado num comboio turístico, como lhe chamam os brasileiros "um trenzinho", atraindo toda a comunicação social.

Será com António Guterres, em 1995, que sente o cheirinho dos corredores do poder ao assumir o cargo de secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, posto que o coloca no centro gravitacional do poder rosa. Surgirá, anos mais tarde, em 2005, ao lado de José Sócrates como seu ministro da Administração Interna, cargo que dois anos depois deixará para resgatar para os socialistas a Câmara Municipal de Lisboa. Daqui chegará à liderança do PS, e, em 2015, numa reviravolta surpreendente, apesar de não ter vencido as Eleições Legislativas, sobe ao poder graças a uma engenhoca política que os portugueses nem sonhavam ser possível, mas que o então Presidente da República Aníbal Cavaco Silva aceitou como válida. Nascia a famosa Geringonça, um acordo quase utópico entre PS, PCP e Bloco de Esquerda que o manteve 4 anos no poder.

António Costa demite-se com mensagem especial à família
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa
Fernanda Tadeu e António Costa

Governou todavia oito anos consecutivos, com um início promissor, mas que em 2017 teve a sua primeira crise com os graves incêndios desse ano. Depois sofre com uma pandemia em 2020 e em 2022, já com maioria absoluta, o PS enrodilhou-se numa sucessão de escândalos políticos, casos e casinhos que minaram os caboucos do poder e levaram à queda do primeiro-ministro, primeiro a 7 de novembro, e à confirmação ontem à noite por despacho, pelo Presidente da República, de que este será o fim de um ciclo político para António Costa.

PARA ONDE VAI COSTA? AS SOLUÇÕES

E 'Quo Vadis' Costa? Para onde vai Costa?, como diriam os romanos. Isso, os analistas já se apressam a vaticinar. Embora com suspeitas de favorecimentos em negócios ainda não confirmadas e sem qualquer acusação de ter beneficiado amigos e negócios estruturantes de muitos milhares de milhões, é sabido que António Costa, nos próximos meses, irá abrandar o ritmo, gerir o país em modo português suave até passar a pasta ao seu sucessor, estar também mais tempo com Fernanda Tadeu, que já se queixara de falta de atenção em casa, e com os filhos, que - recém-casada uma e divorciado de fresco o outro - precisam da atenção do pai.

Depois... Bem, depois abre-se todo um mundo de oportunidades para António Costa. Pode optar por uma travessia no deserto até que a rampa do Palácio de Belém volte a receber um novo inquilino em 2026 e assim substituir Marcelo; pode conseguir ser totalmente ilibado de qualquer pecado no caso dos negócios do lítio, do hidrogénio e no Data Center de Sines e por isso ficar com a ficha limpa e ser um putativo candidato à liderança da Comissão Europeia, mas isso só acontecerá se a família socialista europeia formar uma maioria de lugares no parlamento Europeu capaz de o conduzir às fofas alcatifas de Bruxelas e Estrasburgo. Parado, ele não ficará. O leão político, ou a águia astuta, voltarão a atacar.

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