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Avaliado no Brasil em 4 de março de 2017
Lá pela vigésima e alguma página me deparei com esta citação: "Quando se tem vinte e um anos, a vida é um mapa rodoviário. Só quando se chega aos vinte e cinco, mais ou menos, é que se começa a desconfiar que estávamos olhando para o mapa de cabeça para baixo, e apenas aos quarenta temos certeza absoluta disso. Quando se chega aos sessenta, vai por mim, já se está completamente perdido." A esta altura, o enredo já havia me cativado.

Joiyland é um parque de diversões, fixo, não itinerante, e independente, estilo americano, pelo que entendi havia muitos no passado na América do Norte. Grande, mas pequeno comparado a Disney, com muitas atrações e brinquedos grandes. Uma boa parte do livro conta através dos olhos de Devin Jones, como este lugar funciona e para quem gosta é um prato cheio, sempre gostei em saber como lugares assim funcionam.

A história é contada por Dev, quarenta anos depois de ocorrida, o enredo se passa no em 1973 entre o verão e o inverno. A vida simples de Dev no parque Joyland vai acontecendo, o verão agora acabou e ele resolveu trancar a faculdade e virar empregado fixo do parque. O livro é bem ritmado e cheio de capítulos curtos, na verdade é um único capítulo cheio de pequenas partes e todas elas separadas por um coraçãozinho, os personagens, muito bem construídos como é característica de King, vão surgindo e impondo sua marca na história. A cada página esperamos que algo aconteça, e nada acontece. Só o relato de algo que aconteceu há algum tempo no parque e que desperta a curiosidade de Dev vai se insinuando aos poucos.

Durante o amadurecimento do enredo vemos Dev lutar contra o coração partido pelo rompimento com a namorada e todo seu esforço para desempenhar bem o seu novo papel no parque.

Uma vidente que trabalha no parque, prevê dois eventos na vida de Dev, estes acontecem e mudam um pouco a perspectiva do livro que toma outra direção com o aparecimento do garoto Mike e sua mãe Annie. Há uma investigação em andamento que chega as mãos de Dev pela sua amiga Erin (uma hollywood girl, leia o livro para saber do que se trata) e aí chegamos a metade do livro.

E a partir daí tudo muda numa velocidade impressionante. Meu Deus do céu, eu devia saber, o mestre King sempre deixa tudo para o final, ele sempre vai armando para te pegar desprevenido, neste livro ele se superou. A princípio eu achava que esta história era uma daquelas que ele havia escrito por diversão entre um livro grande e outro, devido à quantidade de páginas, mas na verdade é o tamanho certo para esta. O que acontece na metade final do livro é mais veloz e incontrolável do que um trem desgovernado. O final é triste, tão triste que travou minha garganta e senti uma vontadinha de chorar, ao mesmo tempo também traz paz, depois de toda a angústia que Dev passa com Mike e Annie nos momentos finais, uma paz, mas que merecida e quando li a última linha e fechei o livro fiquei muito feliz. Agradeço ao mestre por mais um livro fantástico.
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