• Claudia Arruga
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Claudia Arruga, do Cool 50"s, nova colunista do Vogue Sem Idade (Foto: Divulgação)

Claudia Arruga, do Cool 50s, nova colunista do Vogue Sem Idade (Foto: Divulgação)

Muito prazer, meu nome é Claudia. Vou me apresentar aqui para vocês, ainda sob o impacto de estar escrevendo uma coluna para a Vogue sobre mulheres.
Mulheres maduras, mulheres na maturidade, mulheres ageless, mulheres perennials. Somos todas essas e um pouco mais. Só não nos chamem de mulheres na meia idade. Essa expressão não nos define mais.

Uau, que responsabilidade! Minha filha, no auge da excitação, achou que virei uma espécie de Carrie Bradshaw dos 50 anos, assim que contei que recebi o convite de Vogue para fazer parte desse time de mulheres bacanérrimas: Claudia Raia, Xuxa, Suzana Pires, Viva A Coroa.

E eu? Opa, o que eu estou fazendo aqui? Perguntei isso assim que fui sondada para falar com vocês nesse canal incrível, e confesso que fiquei incrédula. Afinal não sou famosa, não sou jornalista, trabalho na área do Direito há quase 30 anos e tenho um perfil no Instagram, o @Cool50s, onde comecei contando as minhas experiências nos 50 sem muitas pretensões.

Eu estava num fase tranqüila da minha carreira, minha filha de 29 anos se casou em 2018 e foi fazer residência em Ginecologia nos Estados Unidos e meu filho de 17 já não demandava mais como antes. Criei meu perfil como uma espécie de confessionário informal, contando aos poucos como a curiosidade pelo novo estava transformando a minha maturidade.

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Afinal, quem eu era aos 50? O que pretendia daqui pra frente e quais os meus planos futuros? Será que eu ainda tinha planos? Ou será que estava numa espécie de limbo auto imposto, em que acreditava que a vida era isso aí e o que viesse pela frente era apenas bônus? E foi nessa pegada de trocar experiências com mulheres que estão vivendo os seus 45, 55, 60 anos que meu mundo foi chacoalhado através dos relatos de cada uma delas. “Existe um mundo imenso aí fora”, pensei. “Vamos descobrir qual é”!

Somos mulheres que viveram intensamente os anos 80 e isso não é pouca coisa. Fomos forjadas pelo rock nacional, pelo new wave, pegamos um rabicho da era punk. Ou seja, novidades nunca nos assustaram. Usamos nossos cabelos com permanente, com gel colorido com purpurina, nossos blazers de ombreiras gigantes eram um fator fundamental pra nos definir como “cool”.

Fizemos faculdades tradicionais, nos casamos, tivemos filhos, nos separamos. Algumas não casaram nem tiveram filhos, mas chegaram aos 50 plenas.
E porque vamos parar agora? Nesse momento em que esperamos mudanças significativas nas nossas carreiras, nas nossas relações familiares, sabendo que nosso corpo vai ser transformado e querendo descobrir como vamos enfrentar, firmes e lindas, o que a vida vai nos trazer?

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Nós permanecemos curiosas e queremos nos tornar nossa melhor versão. Procuramos nos conectar cada vez mais com outras mulheres que passam pelas mesmas experiências, buscando novos cursos, conversas, pontos de vista, tudo que possa instigar nossa transformação e nos traga inspiração para novos propósitos.

Estamos em plena fase definida pelas americanas como “The Power Era”, onde experimentamos mais autonomia, liberdade, coragem para novas escolhas, aprendemos a ter mais ousadia. Estamos, aos poucos, ensaiando como falar não. Sabemos o que não queremos mais.

Vivemos uma espécie de adolescência meio tardia, com uma rebeldia controlada e uma sede pelo novo. Sabe aquele adolescente que quer experimentar tudo ao mesmo tempo agora? Pois é, nós também queremos.
E o que vamos experimentar aos 50? Quais são os nossos planos?
Tanta conversa bacana que podemos ter aqui que vou deixar um pouco para as próximas colunas.


Um beijo grande e muito prazer!