• Redação Vogue
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BEVERLY HILLS, CALIFORNIA - FEBRUARY 28: General views of a protester at The Beverly Hilton Hotel During 2021 Golden Globe Awards Weekend at The Beverly Hilton on February 28, 2021 in Beverly Hills, California.  (Photo by Frazer Harrison/Getty Images) (Foto: Getty Images)

Artistas protestam contra falta de diversidade e transparência no Globo de Ouro 2021 (Foto: Getty Images)

Protesto no Globo de Ouro 2021: artistas se uniram contra a falta de diversidade e transparência nesta edição do evento, realizado na noite de domingo (28.02), e que celebra os talentos do cinema e da TV. A campanha foi organizada pelo movimento Time’s Up e ganhou força nas redes sociais com a hashtag #TimesUpGlobes.

“A trajetória de um artista negro está repleta de obstáculos para criar, se desenvolver e ser reconhecido pelo seu trabalho. Se continuarmos em silêncio, as próximas gerações de artistas continuarão tendo a mesma carga para carregar. Sem mais desculpas”, escreveu Viola Davis, indicada na categoria de Melhor Atriz de Filme - Drama, sobre as poucas indicações de profissionais negros.


Um coro de estrelas de Hollywood rapidamente se juntou ao movimento e ecoou sua mensagem, incluindo Shonda Rhimes, Kerry Washington, Justin Timberlake e Amy Schumer.

O diretor de cinema e comediante Judd Apatow pesou ao escrever: “Tantas coisas malucas sobre os @goldenglobes e a imprensa estrangeira de Hollywood, mas isso é horrível. #timesupglobes. ”

Entenda toda a polêmica em torno do evento
Depois de sofrer duras criticas por ter nomeado 'Emily in Paris' para duas de suas principais categorias, a premiação voltou a ser alvo de desaprovação geral por, supostamente, ter sido comprada pelos criadores da série produzida pelo Netflix

5 minutos com Viola Davis: os bastidores do filme "A Voz Suprema do Blues" (Foto: David Lee / Netflix)

5 minutos com Viola Davis: os bastidores do filme "A Voz Suprema do Blues" (Foto: David Lee / Netflix)

Levando em consideração o fato de que a audiência do programa não foi das melhores, onde a única temporada atualmente tem uma média de 63% entre os críticos do Rotten Tomatoes, a conquista das vagas na disputa pela Melhor Série de Televisão e Melhor Performance de uma Atriz em Musical ou Comédia para a estrela Lily Collin, chegou como uma surpresa. 

Na manhã das indicações, por exemplo, o sentimento de choque era uma constante online depois que a comédia criada por Darren Star foi colocada em um pedestal ao lado de queridinhos da crítica como 'The Great', 'Ted Lasso', e a temporada final de 'Schitt’s Creek'.

Globo de Ouro 2021 (Foto: Reprodução/ Instagram)

Globo de Ouro 2021 (Foto: Reprodução/ Instagram)

Além disso, muitos internautas não conseguiram acreditar como 'Emily in Paris' conseguiu ultrapassar 'I May Destroy You', de Michaela Cohen, que foi completamente desprezada pela premiação apesar de uma pontuação impressionante de 98% dos críticos. Muito disso foi atribuído a outro exemplo de racismo sistêmico no Globo de Ouro.

Agora, uma nova investigação do Los Angeles Times revelou que não há um único jornalista negro entre os 87 membros da Hollywood Foreign Press Association - grupo de especialistas responsáveis pelas indicações. Para piorar, ainda de acordo com o veiculo, mais de 30 membros da HFPA - ou seja, mais de um terço do corpo votante - foram levados de avião para a França para visitar o set da série do Netflix.

Embora fosse uma viagem aparentemente jornalística, ela também contou com extravagantes - e suspeitos - luxos. Os membros ficaram duas noites em um resort 5 estrelas na Península de Paris e aproveitaram um almoço chique no histórico Musée des Arts Forains, tudo por conta da Paramount. 

As regras da HFPA proíbem presentes de qualquer estúdio ou criador avaliado em mais de US $ 125 - mas cobrir "despesas de viagem" parece ser uma brecha.

O LA Times lançou sua investigação após a rejeição de uma ação judicial do jornalista Kjersti Flaa, que processou a organização do prêmio no ano passado ao alegar que foi proibido de ingressar como  parte de um comportamento ilegal. Um membro anônimo do HFPA disse ao Times que Flaa estava certo, pontuando que eles não contratam “jornalistas sérios” de propósito.