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Backstage do desfile da Animale, em abri do ano passado (Foto: Divulgação)

Backstage do desfile de verão 2020 da Animale, em abril de 2019 

Enquanto boa parte da moda brasileira passa por dificuldades financeiras devido à pandemia e as lojas físicas fechadas durante meses, o Grupo Soma (do qual fazem parte as marcas Animale, Farm, Fábula, A.Brand, Foxton, Cris Barros, Off Premium e Maria Filó) retoma seu projeto de IPO. Em paralelo, a companhia também estaria de olho em uma possível compra da Richards (atualmente pertencente ao InBrands), de acordo com informações publicadas no Broadcast.

Apresentado antes do Coronavírus e paralisado pelo atual cenário, o IPO deve acontecer até o fim de julho. Segundo apurado pelo EXAME IN, a companhia conseguiu manter um patamar de vendas entre 50% e 80% do nível pré-pandemia ao longo dos últimos meses, graças aos canais online do grupo.

A estratégia para preservar um número tão alto e, consequentemente, atrair investidores para o IPO, foi apostar pesado em liquidações, girando nos e-commerces os estoques parados da grifes.

Um dos mais fortes grupos de moda do Brasil, com mais de 200 lojas, 5.3000 funcionários e lucro líquido informado de R$ 126,8 milhões em 2019, o Soma nasceu em 2010 com a fusão entre Animale (criada em 1991) e Farm (1997), que em 2014 ganhou uma label infantil, a Fábula. O trio segue como vedete das vendas do grupo – a Farm, inclusive, passa por  expansão internacional e já possui duas lojas nos Estados Unidos, além de uma atual pop-up store no Le Bon Marché Rive Gauche, em Paris. As aquisições começaram em 2015 com a marca masculina Foxton. A mais recente grife a integrar a holding é a Maria Filó, que assinou com o Soma em fevereiro deste ano.

Após estrear na bolsa de valores, 30% dos recursos do Soma devem ser destinados às compras de novas marcas. A aposta é que a primeira oferta seja pela Richards, marca mais rentável da Inbrands (dono também da Ellus, Salinas, VR e Alexandre Herchcovitch), companhia que busca alternativas para conter as dívidas em meio ao cenário de crise. Procurada pela Vogue, a InBrands informou que está sempre atenta a boas oportunidades do mercado, no melhor interesse da companhia e de todos os seus stakeholders, mas optou por não comentar a possível negociação.