• Laís Franklin (@laisfranklin)
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Help desk: 7 aliados do bem-estar no trabalho (Foto: Divulgação)

Help desk: 7 aliados do bem-estar no trabalho (Foto: Divulgação)

Tomar decisões precisas (ainda) mais rápido, aprender a lidar com as instalibilidades da tecnologia e passar tranquilidade em tempos incertos, além de balancear trabalho e descanso, são apenas alguns dos desafios que importantes CEOs de diferentes nichos do mercado estão lidando durante a quarentena.

Afinal, como liderar a equipe a distância? O que a pandemia te ensinou até agora? Quais são as oportunidades de mercado importantes para se explorar? Daniela Falcão, CEO das Edicões Globo Condé Nast (EGCN), Fátima Pissarra, CEO da agência de publicidade Mynd e Music2 e Rodrigo Sangion, CEO da academia boutique Les Cinq Gym respondem a essas e outras perguntas abaixo.

A vista do home office de nossa CEO, Daniela Falcão (Foto: Reprodução/ Instagram)

A vista do home office de nossa CEO, Daniela Falcão (Foto: Reprodução/ Instagram)

Daniela Falcão, CEO das Edicões Globo Condé Nast
Deixar a equipe tranquila mesmo quando não temos certeza de nada é um dos principais desafios que nossa CEO está enfrentando durante a quarentena. Em isolamento social desde o dia 18 de março, em Recife, ela acredita que o momento pede relações profissionais mais empáticas. "Agora estamos obrigados a sermos mais vulneráveis. A gestão nunca será como antes", explica.

Fazer as mais de cinco reuniões por dia via vídeoconferência e lidar com problemas de conexão também está sendo um desafio contínuo: "Mas meu home office fica na biblioteca e tem uma bela vista para o mar, o que ajuda muito", confessa. Para não romper com o relógio biológico, Daniela continua com a mesma rotina matinal que tinha em São Paulo antes de ir até o escritório. A única exceção é o horário almoço, que tem tido um pouco mais de flexibilidade. "Tiro uma pausa de alguns minutos no sofá, a famosa siesta. Não fazia isso desde a época de faculdade. É um bônus, um dos pequenos prazeres que precisamos nos dar para lidar com essa quarentena", explica. 

A diretora de conteúdo Paula Merlo em live com Daniela Falcão sobre o futuro da mídia (Foto: Reprodução/ Instagram)

A diretora de conteúdo Paula Merlo em live com Daniela Falcão sobre o futuro da mídia (Foto: Reprodução/ Instagram)

Entre as lições desse período de reclusão forçada por conta da pandemia, Daniela Falcão defende que o home office terá adesão intensificada pós Covid-19 e que o formato de Live veio para ficar assim como o de cursos EAD. Não por acaso, um dos cases mais recentes da EGCN foram as mentorias online com o time dos quatro títulos da empresa além de experts no mercado de moda e beleza de luxo. "É um bate-papo direcionado e com preço assessível que tem se mostrado nossa nova fonte de renda. Estamos planejando ampliar a ideia e montar cursos nesse formato EAD com a ESPM", diz.

A outra novidade é que agora EGCN também produz conteúdo diretamente para a marca, independente da compra de pacote de mídia. "Somos cada vez mais uma empresa de educação e de produção de conteúdo. Estamos atuando também como agência digital personalizada e passando nossa expertize de métricas e estratégias online para marcas de moda, caso da Andrea Conti", adianta. 

Fátima Pissarra, CEO da Mynd e Music2 (Foto: Reprodução)

Fátima Pissarra, CEO da Mynd e Music2 (Foto: Reprodução)

Fátima Pissarra, CEO da agência de publicidade Mynd e da Music2 

A executiva está há mais de um mês em quarentena com os filhos, em seu apartamento em São Paulo. Para ela, o mais complicado desse período está em separar a parte de trabalho da parte pessoal. "Principalmente a de descanso. A percepção de tempo muda em casa. Tenho que trabalhar nos finais de semana, muitas vezes almoçando e trabalhando, jantando e trabalhando...Sinto muito menos breaks, paradas", conta em entrevista à Vogue. "No escritório, uma hora você desliga e vai embora. Em casa, isso fica mais difícil, porque o computador está aberto e montado na mesa, então é um trabalho mais direto e contínuo, o tempo de descanso ficou menor", pontua. 

Se antes a demanda do cliente já era importante, agora ela é a prioridade máxima. "Neste momento, é importante fecharmos negócios para manter a empresa viva e todos os funcionários empregados, então estamos focando bastante em velocidade de resposta para os clientes, em levar muitas oportunidades e estarmos sempre ligados". E como liderar um time mesmo com a distância física? A chave, para ela, está na organização e divisão de funções. "Fazemos muitas reuniões por vídeo conferência, batemos as pautas e cada um segue na sua função e entregas. Ainda bem que temos a tecnologia pronta a nosso favor, WhatsApp, vídeo conferências, e todo o possível para conseguimos administrar as tarefas", explica. 

Propor conexões entre clientes de diferentes pontas da cadeia de entretenimento está sendo uma boa saída para a agência continuar nos eixos durante a pandemia. "Também temos uma grande atuação na parte de lives de shows. Muitos dos nossos artistas exclusivos são cantores, e temos parceiros no mercado publicitário, o que ajuda todos a conseguir divulgar os projetos de lives e vender para as marcas", conta Fátima. Outro foco que se intensificou: a atuação de influenciadores digitais. "Estamos trabalhando muito na criação de projetos especiais dentro do core de cada influenciador: o que ele está fazendo em casa, como está vivenciando essa quarentena e como conseguimos inserir produtos e marcas dentro desta rotina. A proposta é criar conexão, facilitando a venda mais orgânica", defende. 

Rodrigo Sangion, CEO da academia boutique Les Cinq Gym (Foto: Acervo Pessoal)

Rodrigo Sangion, CEO da academia boutique Les Cinq Gym (Foto: Acervo Pessoal)

Rodrigo Sangion, CEO da Les Cinq Gym
Rodrigo está de quarentena desde 19 de março, dia em que as unidades academia Les Cinq fecharam temporariamente. Mas o trabaho da empresa segue remoto e com redução de colaboradores. "Percebi que podemos ser mais detalhistas, avaliar melhor as despesas, investir de forma mais estratégica e que nós, como equipe, podemos ser mais produtivos. Tudo isso vai potencializar a qualidade do serviço e atendimento aos nossos clientes", conta o empresário.

Estar 24 horas por dia em casa ainda é um processo de adaptação e lidera disparado como seu principal desafio pessoal nesse período. "Eu me dedicava doze horas por dia na academia, entre rotinas administrativas e aulas. A ociosidade caseira ainda me incomoda. Esse tempo está me fazendo questionar todas as ideias postergadas pré quarentena", conta. A empresa está repensando toda a estratégia de negócio e os aprendizados são diários durante a pandemia. "Talvez, se não tivesse acontecido isso, teria demorado mais para perceber as correções que precisam ser feitas", finaliza.