Novo documentário sobre Britney Spears valida o movimento #FreeBritney e denuncia misoginia cometida pela mídia

Documentários produzidos em formato de séries tem colocado importantes casos da justiça diretamente de volta aos holofotes, ajudando, assim, a disseminar informações fundamentais - e muitas vezes deixadas de lado - ao grande público.

Recentemente, por exemplo, foi anunciado que a batalha sobre a tutela de Britney Spears, que já dura 13 anos, será transmitida em um novo programa produzido pelo canal FX,  intitulado “Framing Britney Spears”. 

Para quem não acompanhou, a eterna 'Princesa do Pop' está sob a tutela exclusiva de seu pai, Jamie Spears, desde 2008, o que significa que ele controla suas finanças e, essencialmente, todos os outros aspectos de sua vida. Apesar de constantemente lutar pelo controle da própria existência, em novembro passado a cantora acabou perdendo a licitação para remover o patriarca de seus assuntos, entretanto, não desanimou.

Spears, então, assumiu uma postura firme e se recusou a voltar a trabalhar enquanto seu pai permanecer no comando. Em paralelo, a fiel e eterna base de fãs da estrela continua promovendo a campanha #FreeBritney, um movimento de pessoas que acreditam que a cantora está sendo controlada por seu pai contra sua vontade. Desse modo, a hashtag se tornou viral nas redes sociais onde protestos borbulham diariamente. 

Toda essa história é o ponto crucial do novo documentário “Framing Britney Spears”, que estreou no último final de semana. Produzido ao lado do The New York Times, a produção é baseado nas reportagens da redação durante o caso da tutela.

Desde que Spears atingiu a fama internacional quando adolescente, ela tem lutado contra a nauseante atenção da imprensa que sempre seguiu uma narrativa sexista ao retratar sua ascensão - e queda - astronômica ao estrelato.

Enquanto investiga a tutela em seu núcleo, o documentário é ambientado em um pano de fundo do mundo misógino do final dos anos 90 e início dos anos 2000 que é incrivelmente ofensivo, visto através das lentes de 2021. Além disso, ele também mostra um lado de Britney que raramente foi celebrado e retratado na mídia ao longo de sua carreira de duas décadas: sua personalidade ferozmente independente, obstinada e incrivelmente resiliente.

Em resumo,  “Framing Britney Spears” promete levantar questões que irão, com certeza, colocar mais lenha na fogueira. Durante uma entrevista recente com a Variety, a produtora e diretora do documentário, Samantha Stark, comentou: “A principal coisa que está sendo expressa pelo movimento #FreeBritney é nos pedir para questionar o sistema de tutela”. 

“O mistério central do nosso filme é que ela está vivendo a vida de uma estrela pop ocupada, mas nos dizem que ela está constantemente em risco. Ela está ganhando milhões de dólares e, no entanto, disseram que ela é incapaz de tomar decisões que sejam do seu próprio interesse. Isso é um conflito tão grande, então é difícil entender por que está acontecendo, e muitos dos registros do tribunal estão lacrados", acrescentou Stark.