Escritora Maya Angelou é a primeira mulher negra a estampar uma moeda nos Estados Unidos

A poeta e ativista afro-americana Maya Angelou se tornou a primeira mulher negra a estampar as moedas de 25 centavos nos Estados Unidos, as mais utilizadas do país. Desde 1932, as "quarters" só tiveram duas versões alterativas: a série representando os 50 estados do território, nos anos 2000, e a dos parques nacionais, em 2010. 

Os primeiros exemplares das moedas com o rosto de Maya Angelou foram fabricados pela Casa da Moeda estadunidense e foram exibidas pelo Departamento do Tesouro nesta terça-feira (11.01). A homenagem à escritora é resultado de um projeto de lei feito em 2020, encabeçado por Barbara Lee, congressista democrata californiana. 

"Se você se deparar segurando uma moeda de Maya Angelou, tente se lembrar da frase da escritora: 'Tenha certeza de não morrer sem ter feito algo de extraordinário pela humanidade'", disse a política em entrevista ao jornal britânico The Guardian. 

O "American Women Quarters" é uma iniciativa para destacar grandes mulheres dos Estados Unidos. Além de Maya, também serão homenageadas Sally Ride, primeira mulher estadunidense a ir ao espaço, e Anna May Wong, primeira grande artista sino-americana que estourou em Hollywood. 

“Estou orgulhosa de liderar este esforço para homenagear essas mulheres fenomenais, que muitas vezes são negligenciadas na narrativa de nosso país", finalizou Lee. 

Quem foi Maya Angelou 

Maya Angelou é mundialmente conhecida por sua poesia e trabalhos acadêmicos como professora, pesquisadora, mas ela também atuou como editora de revista, cantora, atriz e motorista de ônibus. Seu nome artístico é um pseudînimo de Marguerite Ann Johnson. Marguerite nasceu em Missouri, nos EUA, no dia 4 de abril de 1928, segunda filha de um porteiro e uma enfermeira. Depois que os pais se separaram, ela foi morar com a avó paterna. A infância de Maya foi bastante conturbada. Aos oito anos, ela foi vítima de estupro pelo namorado da mãe. 

Após o abuso, Angelou denunciou o caso, e o criminoso foi condenado a apenas um dia de prisão. Logo depois de sua liberação, o abusador foi espancado até a morte. Os principais suspeitos desse ato foram os tios de Maya. 

Maya carregou a culpa por muito tempo, e chegou até a escrever sobre isso anos depois do ocorrido:  "Minha voz o havia matado; eu matei aquele homem porque disse seu nome. E depois pensei que nunca mais voltaria a falar, porque minha voz poderia matar qualquer um". 

E foi através da escrita que ela encontrou uma maneira de curar as feridas e se libertar. A ativista dissertava amplamente sobre racismo estrutural, mas também abordava outros assuntos em seus livros, como identidade e laços famíliares.

Seu primeiro livro de memórias, Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola (1969), foi um sucesso, e ganhou uma adaptação para a TV roteirizada pela própria Maya. Sua escrita desafiava as estruturas de biografias e expandiu o gênero de maneira disruptiva. 

Reconhecida pelo grande público e também por grandes nomes, em 1993, ela recitou o poema No Pulso da Manhã, na posse de Bill Clinton. Maya foi a primeira a mulher a realizar esse ato. Já em 2011, ela foi condecorada pelo presidente Barack Obama com a Medalha Presidencial da Liberdade, a alta honraria do governo norte-americana destinada a ativistas pelos direitos civis.

A ativista produziu mais seis volumes de sua biografia, até 2002. O último Mamãe & Eu & Mamãe, foi lançado em 2013, um ano antes de sua morte em Winston-Salem, na Carolina do Norte, EUA. Maya Anglou foi encontrada morta em seu quarto pela enfermeira em maio de 2014 e deixou sua marca na história da literatura norte-americana.

Já em 2011, ela foi condecorada pelo presidente Barack Obama com a Medalha Presidencial da Liberdade, a alta honraria do governo norte-americana destinada a ativistas pelos direitos civis.

A ativista produziu mais seis volumes de sua biografia, até 2002. O último Mamãe & Eu & Mamãe, foi lançado em 2013, um ano antes de sua morte em Winston-Salem, na Carolina do Norte, EUA. Maya Anglou foi encontrada morta em seu quarto pela enfermeira em maio de 2014 e deixou sua marca na história da literatura norte-americana.