Teclado Anti Preconceito  (Foto: Divulgação)

Teclado Anti Preconceito (Foto: Divulgação)

Como editora e contadora de histórias, para nós, palavras importam. Em busca de aperfeiçoar nosso vocabulário e não repetir antigos vícios de linguagem, as Edições Globo Condé Nast (EGCN), que publica as marcas Vogue Brasil, Glamour Brasil, GQ Brasil e Casa Vogue, em parceria com a agência Leo Burnett Tailor Made, lançam nesta quinta (14.01) o Teclado Anti Preconceito: um aplicativo que identifica expressões preconceituosas e sugere sinônimos em tempo real durante a digitação.

Teclado Anti Preconceito (Foto: Divulgação)

Teclado Anti Preconceito (Foto: Divulgação)

Liderada pelo Comitê de Diversidade da EGCN, a iniciativa iniciativa sem fins lucrativos é parte dos esforços da editora na desconstrução diária por uma atuação mais relevante na promoção da diversidade e pretende ajudar a combater o preconceito impregnado na linguagem que ainda carrega resquícios de um passado colonial escravocrata (e intolerante) a partir de um estudo do linguista Thomas Finbow, Doutor do Departamento de Linguística da USP, que identificou mais de 300 palavras e expressões de cunho racista, homofóbico, xenófobo e sexista na língua portuguesa para revermos e excluirmos da nossa rotina. 

Teclado Anti Preconceito (Foto: Divulgação)

Teclado Anti Preconceito (Foto: Divulgação)

"Um aplicativo como este tem duas contribuições. Primeiro, ele pode ajudar na conscientização sobre quantas expressões utilizadas no dia a dia são potencialmente ofensivas para certos segmentos da nossa sociedade. Seja pela etimologia, por virem de um cunho pejorativo, ou pelas conotações negativas que trazem, embora não tenham um histórico específico de discriminação", explica Thomas.

Teclado Anti Preconceito  (Foto: Divulgação)

Teclado Anti Preconceito (Foto: Divulgação)

O teclado, em um primeiro momento disponível apenas para dispositivos do sistema Android, identifica palavras de cunho preconceituoso e sugere sinônimos sempre que um desses termos for digitado.

Quer um exemplo? O termo “judiar” tem origem no contexto do povo judeu perseguido ao longo da história e pode ser trocado por “maltratar”. Quando a palavra digitada for “marica”, que tem conotação pejorativa, o teclado irá sugerir “gay” ou “homossexual”. O mesmo serve para "criado mudo", termo relacionado aos negros escravizados que precisavam ficar calados ao lado da cama de senhores e sinhás, e pode ser substituido por "mesa de cabeceira". Assim como a troca de “denegrir” por “difamar”, entre outras. O projeto está sendo desenvolvido há mais de 1 ano pela produtora Savoir, com consultoria de Finbow.

Teclado Anti Preconceito (Foto: Divulgação)

Teclado Anti Preconceito (Foto: Divulgação)

"Numa sociedade que pretende ser inclusiva e que abarca uma enorme diversidade humana, adotar padrões linguísticos que não atinjam segmentos da população de forma adversa, estigmatizando-os, deveria ser um objetivo prioritário", diz Thomas.

Intitulado “Palavras Importam”, o vídeo da campanha será lançado nos canais digitais de Vogue, GQ, Glamour e Casa Vogue e o projeto é contínuo. Ele mostra que o preconceito está impregnado na fala e traz um olhar sensível para uma série de situações de discriminação comuns e frequëntes que são originadas ou agravadas por frases, expressões, palavras ou adjetivos usados diariamente, sem reflexão. É um convite para nosso público de leitores e seguidores conhecerem o poder das palavras - e começarmos juntos a transformar a comunicação. Você já pode baixar o app gratuitamente. A peça foi produzida pela Barry Company, com direção de cena de Judith Belfer.

Teclado Anti Preconceito  (Foto: Divulgação)

Teclado Anti Preconceito (Foto: Divulgação)

O Teclado Antipreconceito também está disponivel em versões em Inglês e Espanhol, com termos específicos e direcionados para cada idioma. Vale lembrar que todas as informações, senhas, usários e conversas digitadas são mantidas em sigilo, respeitando a privacidade dos usuários. O download pode ser feito pela Play Store