• Redação Vogue
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WELLNESS MEDITAÇÃO MINDFULNESS (Foto: Arquivo Vogue)

(Foto: Arquivo Vogue)

A indústria do sexo e do bem-estar tem uma nova tendência para chamar de sua: o sexual wellness. O movimento ganha espaço no Brasil com novas marcas nacionais — a maioria liderada por mulheres — que oferecem de vibradores, lubrificantes e até velas focadas no prazer feminino e no autocuidado, além de desenvolverem um conteúdo criativo e educacional para suas clientes e seguidoras.

O tema foi pauta no bate-papo "Sexual wellness: o sexo é fundamental para a sua saúde", que faz parte da programação do primeiro Summit de Wellness da Vogue. Nesse segundo dia de evento, no qual abordamos assuntos relacionados a saúde do corpo, a terapeuta sexual e fundadora do Prazerela, Mariana Stock, a sexóloga e colunista da Vogue Brasil, Lu Angelo, e a psicóloga e sexóloga, Fernanda Robert, conversam com a editora-assistente de beleza e wellness da Vogue Brasil, Bárbara Öberg, sobre o assunto. Confira abaixo um spoiler do talk:

"O sexual wellness veio como uma continuidade do movimento de emancipação da mulher, da revolução sexual feminina, mudou a visão de que o sexo é simplesmente uma questão de reprodução para transformar ele em uma questão de saúde também”, explica Fernanda Robert. “Alguns desses movimentos que estão dentro do sexual wellness foram oriundos de técnicas da terapia sexual, que foram desenvolvidas por pesquisadores como Masters e Johnson como forma de autoerotismo."

Sobre essa tendência ser liderada por marcas chefiadas por mulheres, a sexóloga e colunista da Vogue falou: "o mais interessante dessas marcas [de sexual wellness] é que, além delas fornecerem os produtos, elas oferecem uma educação sexual. Geralmente esses produtos vem com cartinhas, livrinhos explicativos ensinando a mulher a usar aquele objeto, jogando pílulas de conhecimento que ela pode estudar mais a fundo", afirma Lu Angelo. "Antes, quando você comprava um vibrador, parecia que você estava fazendo uma coisa errada, não tinha esse cuidado com a embalagem do produto. Então, quando essas mulheres entraram no mercado de sex techs, de sexual wellness, elas começaram a olhar para essas necessidades que antes não eram vistas, produtos veganos, não alergênicos, produtos com embalagens legais, que hoje a mulher não tem medo de colocar do lado da cama."

“A tendência é uma realocação dos conceitos numa hora que faz muito mais sentido. Eu sinto que historicamente o sexo sempre se sobrepôs a sexualidade, a gente não aprende nada sobre sexualidade e, de repente, somos arremessadas na ideia de sexo. Estamos ainda submetidas a essa ideia de que temos que satisfazer o outro, isso vem muito atravessado ainda em várias gerações. O que o movimento sexual wellness começa a fazer é colocar as coisas no seu devido lugar”, explica Mariana Stock. 

“O que eu sinto atualmente é que muitas vezes vamos imaturas para as relações sexuais, isso resulta em relacionamentos abusivos, em experiencias traumáticas a respeito da sexualidade, porque falta de um capítulo essencial que é justamente a possibilidade da gente se apropriar do que é nosso, do nosso corpo. Para isso a gente precisar romper com uma série de tabus, uma serie de aspectos moralizantes da nossa sociedade, e eu sinto que é nesse sentido que o movimento de sexual wellness nos ajuda a nos fortalecer, nesse âmbito da individualidade”, conclui Stock.

O bate-papo completo está disponível no YouTube da Vogue Brasil.