• Renata Kalil (@renatakalil)
Atualizado em
Clean e slow beauty (Foto: Arquivo Vogue/ Gabriela Schmidt)

(Foto: Arquivo Vogue/ Gabriela Schmidt)

Clean, green, slow... são diversas as categorias da beleza de impacto positivo. Mais do que tendências, esses nomes e termos, que surgem e se popularizam mundo afora assim, em inglês, representam movimentos e ondas que acabam por colocar o consumo consciente em evidência.

No começo do ano passado, na minha mentoria na Vogue, dediquei um módulo à beleza azul. De lá pra cá, li uma série de definições sobre o conceito até que resolvi bater um papo com Jeannie Jarnot, criadora do termo “blue beauty”, minha vizinha aqui na Califórnia e fundadora do Beauty Heroes – plataforma de consumo ético e referência do mercado internacional. Ninguém melhor do que ela pra esclarecer, afinal, o que é beleza azul?

“O blue beauty é um movimento de marcas que devolvem recursos ao meio ambiente, além de operarem sob sistema sustentável, de impacto mínimo”, contou ela. “É interessante notar também que essas ‘empresas blue’ são, em sua maioria, indie brands, que criam iniciativas e soluções por princípio e não por se sentirem pressionadas como às vezes acontece com grandes grupos.”

Jeannie me explicou que o “azul”, do termo, foi uma maneira de identificar uma espécie de fase “pós-green” e que a cor não está relacionada aos oceanos – associação equivocada que muita gente faz. Um dos desdobramentos da beleza azul pode acabar por poupar ou regenerar a vida marinha, mas não exclusivamente

+ Óleos essenciais: um guia para iniciantes

Outra perspectiva interessante que Jeannie me trouxe foi a de que o blue beauty também surgiu do desejo de aprofundar os conceitos da beleza limpa. “Essencialmente, a categoria de clean beauty se identifica como aquela que é segura à saúde, livre de ingredientes tóxicos, mas acreditamos que o momento atual pede standards mais altos”, opina. “PEGs e silicones, por exemplo, elementos permitidos em fórmulas de clean beauty, não fazem parte dos produtos blue.” Sendo assim, enquanto o claim do clean beauty tem a ver com ser bom para o nosso corpo, para a nossa saúde, o blue nasce com um olhar voltado para o meio ambiente e para o pós-consumo – além de garantir fórmulas seguras e não-tóxicas.

Assim como o blue beauty, o grown-to-order, que significa “cultivado a partir da compra”, na tradução livre, nasceu de uma iniciativa do mercado. As próprias marcas, se movimentaram para gerar ações regenerativas ou de impacto positivo por compromisso com a causa ambiental.

“O” nome do grown-to-order beauty é a britânica Haeckels graças a sua Bio Restore Membrane, eye patches biodegradáveis e de impacto mínimo, que só começam a ser confeccionados a partir da compra. “Esse nicho é quase que uma evolução do slow beauty”, indica Bruna Ortega, beauty expert e Trends Specialist do WGSN Brasil. “A proposta é afastar o consumidor da gratificação imediata e criar desejo em torno de exclusividade.” É preciso esperar cerca de 15 dias para que as máscaras, feitas à base de algas marinhas, sejam “cultivadas” e muitas vezes o produto esgota no e-commerce da marca.

Entre alguns dos meus nomes favoritos de blue beauty, além da Haeckels, que também pertence a essa categoria, estão marcas como Activist Skincare, LastObject e Bathing Culture – pra vocês incluírem no radar. Eu acredito que o futuro é azul. Você concorda?