• Nathalia Lima
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Criança em isolamento social (Foto: Getty Images)

Criança em isolamento social (Foto: Getty Images)

Se existia alguma esperança de que a vida escolar voltaria ao normal em agosto, ela já foi por água abaixo! Com as escolas fechadas desde março devido à pandemia de Covid-19, os pais têm precisado assumir o papel de recreadores e professores ao mesmo tempo. E há quem esteja à beira de enlouquecer! 

E não falo apenas dos pais: as crianças, que nem sempre entendem muito bem a questão do isolamento, já têm implorado para sair para brincar, seja na rua, ou pelo menos no play do prédio. É compreensível que elas estejam com saudades dos amiguinhos, e é claro, com muita energia acumulada para gastar, principalmente as que moram em apartamentos. 

A mudança de comportamento na sociedade é evidente, e isso vai muito além das políticas de distanciamento. Mas é normal que depois de 5 meses de quarentena, já comecem a surgir as primeiras perguntas: tem problema convidar só um amigo do meu filho para vir aqui em casa? Já pode levar as crianças para dar uma volta em áreas de lazer liberadas e combinar com o pessoal da turma? Já é permitido descer para o play e jogar bola com os amigos? São tantas perguntas para tão poucas respostas!

O que se sabe é que, de acordo com os especialistas, as crianças contraem vírus da Covid-19 com menos frequência, embora possam ser portadoras e infectarem outras pessoas, por isso as regras de isolamento precisam ser cumpridas. 

Então como fazer com as crianças agora? Uma das coisas que mais angustiam é não saber quando tudo voltará ao normal.

Distanciamento social e isolamento social é a mesma coisa? 

A resposta é não. Continuamos distantes, mas não isolados! 

Por mais que a pandemia traga essa limitação física nos contatos sociais, é preciso desenvolver constantemente novas formas de relações com outras pessoas, ainda que à distância​.

Para manter o bom desenvolvimento das habilidades socioemocionais das crianças de todas as idades, é​ importante que se consiga manter essa conexão. ​Não estou me referindo aqui a eventos como festinhas infantis em plena pandemia, mas sim de outras medidas capazes de estimular o senso de coletividade e criar laços emocionais nas crianças.  

Existe uma série de atividades que podem ajudar os pais nesse sentido sem perder o distanciamento! E nesse contexto, não adianta tentar lutar contra a tecnologia, que sem dúvidas tem sido uma das nossas principais aliadas nos últimos tempos.

A seguir, listei algumas sugestões, envolvendo tecnologia ou não, que podem ajudar e muito na socialização dos pequenos durante a quarentena:

1) Mexer o esqueleto: ​existem diversos aplicativos e vídeos com aulas de danças com passos e coreografia que podem ser compartilhados em grupo. Vale até fazer uma discoteca virtual por chamada de vídeo!

2) Mão na massa: ​quem poderia imaginar que as kids teriam entrada free nas nossas cozinhas? Convide a turma virtualmente e incentive as crianças a fazerem algo delicioso juntas em uma chamada de vídeo. Aproveite esse momento para fazer uma gincana onde o vencedor é quem fizer o prato mais gostoso!

3) Pintar o sete em uma aula de artes: ​existem profissionais do ramo que colocam as crianças para fazer bastante bagunça enquanto dão asas à imaginação. Já vi até mesmo aulas de animação e robótica, todas conduzidas por profissionais certos. A melhor parte é o depois, quando as crianças divididem entre elas todas as suas ideias!

4) Viagens virtuais:​ como muitos museus, aquários e parques ainda estão fechados, há diversos lugares que disponibilizaram tours virtuais, como o Zoológico de SP por exemplo. A dica é transformar essa excursão virtual em uma caça ao tesouro e fazer várias outras brincadeiras relacionadas!

5) Estreitar ainda mais o relacionamento em casa:​ dependendo da idade da criança, algumas tarefas podem ser distribuídas entre elas. Alguns exemplos são colocar a mesa, consertar algo, arrumar o quarto e seus brinquedos e, depois, dividir com os amigos para que troquem experiências.

6) Compartilhar refeições:​ marque um lanche ou almoço virtual com os amigos deles, e incentive-os a contarem um pouco das atividades que têm feito, os estudos e, por que não, dalar um pouco dos sentimentos? Sempre faz bem, seja qual for a idade!​ ​Muitas vezes, escutar e entender as questões de outras crianças pode fazer com que se sintam menos angustiados e ansiosos.

Uma coisa é certa: as crianças de 2020 terão sempre na memória este período diferente, onde a criatividade foi o principal ingrediente para reinventarem a maneira de se relacionarem com o mundo. De qualquer forma, esperamos que este seja um período breve!