O Ibovespa Futuro, o contrato futuro do principal índice de ações da bolsa brasileira, operava em leve alta nesta quarta-feira (17). Às 9h15, o índice subia 0,16%, aos 94.625 pontos.
A esperança de que o projeto da reforma da Previdência seja votado ainda hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é o centro das atenções dos investidores. O parecer do relator da proposta, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), recomenda a aprovação do texto.
A Comissão se reúne a partir das 10h (de Brasília) e é responsável por avaliar se a proposta está de acordo com a Constituição. Caso seja aprovada pela CCJ, o texto segue para uma comissão especial, que analisará o mérito do texto. Só depois dessa etapa é que o projeto seja apreciado no Plenário da Câmara.
No entanto, há risco de que a votação seja adiada mais uma vez e fique para a próxima semana. Embora o feriado nacional seja apenas na sexta-feira (19), muitos parlamentares já estão com sua passagem comprada para retornar às suas cidades ainda hoje.
Enquanto isso, deputados do Centrão começaram ontem a negociar com a oposição para votar a reforma com o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, conforme apuração do Valor.
Essa articulação envolveria a exclusão de até cinco pontos da proposta em troca da votação sem obstrução.
Se o acordo prosperar, os deputados de partidos como PP, PR, e PSD se juntariam aos da oposição para rejeitar o fim da multa de 40% do FGTS quando o trabalhador está aposentado e a restrição do abono salarial apenas para quem recebe um salário mínimo, entre outros pontos.
O mercado também digere o compromisso assumido pelo governo de não interferir na formação dos preços dos combustíveis e diminuir o estrago que fez na cotação das ações da Petrobras ao determinar à direção da companhia, na semana passada, que suspendesse o reajuste de 5,7% no diesel. A estatal, porém, terá que ser mais transparente na comunicação de suas decisões.
Os recibos de ação (ADRs) da Petrobras sobem 1% no pré-mercado das bolsas em Wall Street, nos Estados Unidos.
Câmbio e juros
Os investidores de câmbio e juros futuros estão de olho no noticiário político, enquanto o exterior exerce influência positiva sobre as negociações de dólar, que opera em queda na comparação com moedas de países emergentes.
O dólar comercial recuava 0,33%, para R$ 3,891, e o dólar futuro com vencimento em maio tinha queda de 0,13%, cotado a R$ 3,902.
O contrato de juro futuro com vencimento em janeiro de 2021 tinha alta de 7,10% para 7,09%, e o contrato para janeiro de 2023 caía de 8,22% para 8,25%.
Fique de olho
O mercado acompanha com atenção a divulgação do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) divulga às 13h45 (de Brasília) o Livro Bege.
O documento é um resumo de informações econômicas regionais que ajuda o mercado financeiro a traçar expectativas para o crescimento da maior economia do mundo e o rumo dos juros por lá.
"Se os distritos regidos pela autoridade monetária americana continuarem a sinalizar um crescimento ‘modesto’, não deve haver muito para se preocupar", explica Vieira.
No entanto, se o Livro Bege mostrar sinais de crescimento mais robusto, principalmente nas áreas que já mostram aquecimento do emprego, o Fed pode ficar mais inclinado a retomar a alta dos juros em algum ponto do futuro, após a resolução das tensões comerciais com a China.
(Com Valor PRO)