O dólar fechou o pregão desta segunda-feira (8) em leve alta ante o real após o Boletim Focus do Banco Central apontar que o mercado espera que a inflação cresça mais, e seguindo uma modesta valorização do moeda no exterior. Ao final da sessão a moeda americana subia 0,25%, a R$ 5,475.
Muito da pressão veio lá de fora: o índice que mede a força da moeda americana contra uma cesta de moedas registrou alta de 0,13%. O dólar está modestamente mais forte após o fim de semana em que foi registrada a surpreendente vitória da aliança de esquerda no segundo turno das eleições legislativas francesas, que fez com que as moedas europeias caíssem e alimentou a demanda por moedas portos-seguros, como a divisa americana, analisa Francesco Pesole, analista do ING.
Alexandre Viotto, diretor de mesa de câmbio da EQI Investimentos, a proximidade do feriado de São Paulo, amanhã, também teve impacto nas negociações. "Tirou um pouco da liquidez do mercado e colaborou para que o dólar encerre a sessão quase de lado".
Os investidores ficaram atentos aos desdobramentos da Reforma Tributária. Hoje, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que "todo trabalho de negociação" será feito nos próximos dias pelo governo para que o principal projeto de lei (PLP 68/2024) que regulamenta a reforma tributária seja aprovado até o dia 17 deste mês, antes do recesso do Legislativo.
Mais cedo, o Boletim Focus apontou que, mesmo com acenos positivos do governo, a expectativa para a inflação deste ano saiu de 4% para 4,02%, em movimento igual ao das últimas semanas. O mesmo aconteceu com a previsão para o próximo ano, que também vem subindo há algumas semanas. Para 2025, a projeção saiu de 3,87% para 3,88%.
Já a projeção para a moeda norte-americana ficou no mesmo patamar após subir nas semanas anteriores. A expectativa para a divisa ao fim de 2024 foi mantida em R$ 5,20.O relatório é feito semanalmente pelo Banco Central e apresenta as expectativas dos economistas para os principais indicadores econômicos do Brasil.
Embora o possível anúncio de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central tire parte das incertezas do mercado, os investidores aguardam sinais mais claros sobre a redução de despesas proposta pelo governo.
A semana tem pontos de atenção vindos dos Estados Unidos, como as falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no Senado nesta terça-feira (9).
Além disso, os próximos dias contam com indicadores de inflação importantes, como o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será divulgado na quinta-feira (11) e o índice de preços ao produtor (PPI), na sexta-feira (12). Caso venham menores ou pelo menos dentro do esperado, esses dados podem mexer com o câmbio.