O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em evento neste sábado (15) que o Brasil tem condições de ser um país “grande”, e que não há motivos para se contentar em ter um porte médio na economia. “O Brasil não precisa ser quintal de ninguém, somos metade da América do Sul, temos que ser parceiros dos Estados Unidos, da Europa, da China, integrar o continente latino-americano”, disse.
Para ele, o país tem condições de ser “amigo de todo mundo” e de atuar para resolver conflitos externos. Haddad ressaltou que o país é mais respeitado externamente do que internamente.
Questionado sobre a vocação do país, ele afirmou que o Brasil tem condições de ser uma “potência sócio-ambiental”, mas que barreiras protecionistas estão se elevando no mundo, e que questionamentos sobre a sustentabilidade da produção nacional serão usados por países desenvolvidos para tentar barrar as exportações brasileiras e de outras nações em desenvolvimento.
Ele citou preocupação, ainda, com o fato do desenvolvimento tecnológico poder compensar a falta de recursos naturais em outros países. “Se você der tempo para a tecnologia, ela dá a volta por cima, supre o que a natureza não ofereceu”.
Haddad falou em painel do evento Despertar Empreendedor, promovido pelo Instituto Conhecimento Liberta, criado pelo empresário e ex-banqueiro Eduardo Moreira.
Condições de ser grande
Haddad ainda criticou o fato de que, “às vezes”, pessoas que estão em posição de poder não fazem “a coisa certa pelo país”, e que lidar com esse fato seria a parte mais difícil da vida pública.
“Nunca vi país que deu certo sem um projeto coletivo”, afirmou, acrescentando que o Brasil não está condenado a ser uma nação de porte médio, mas que pode ser “grande”.
Lembrando o início da sua trajetória profissional e seus laços com o empreendedorismo, disse que não trocaria sua experiência de 18 anos trabalhando na loja de seu pai, na rua 25 de Março, centro de comércio popular da capital paulista, pelos diplomas em Economia, Filosofia e Direito na USP. “Foi um período muito rico, de aprender a respeitar as pessoas”, disse.
O ministro afirmou que não é político profissional, mas que se vê como professor. Ele criticou ainda brasileiros que dizem querer mandar seus filhos para o exterior, caso prosperem economicamente. “Não é esse país que queremos”.
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, participou do mesmo evento na sexta-feira. Ele afirmou que pretende mudar, até agosto, as faixas de tributação para microempreendedores individuais (MEIs). A proposta do ministro é criar uma faixa intermediária para os MEIs que faturam entre R$ 81 mil, atual teto para o faturamento, e R$ 102 mil.
Haddad não citou a proposta em sua fala e não falou com a imprensa após o seu painel.
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
Mais lidas do valor-investe
Hora de Investir
Veja o que fazer com seus investimentos após a Selic parar de cair
Renda Fixa
Quanto rende R$ 1 mil em poupança, Tesouro Direto e CDB após a Selic parar de cair?
Moedas e Juros
Dólar fecha em R$ 5,44 e renova o maior nível em um ano e meio antes do Copom
Gastar Bem
Ninguém acerta as seis dezenas da Mega-Sena 2738, e prêmio vai a R$ 60 milhões; veja números sorteados
Serviços Financeiros
Nubank (ROXO34) reage à ameaça de cancelamento de contas; entenda o caso
![Brasília (DF) 22/05/2024 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Ele falou sobre a política econômica que vem sendo desenvolvida pela pasta. Foto Lula Marques/ — Foto: Lula Marques/ Agência Brasil/Fotográfo/Agência Brasil](https://cdn.statically.io/img/s2-valor-investe.glbimg.com/2FCx6pYCnPSaLYmwyWGYBMir0Bo=/0x0:3840x2542/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2024/h/a/M92r6aQNCssDsKqMeTdw/lula4529.jpg)