Tesouro Direto: cada modalidade segue uma direção; qual eu compro?

Vale lembrar que as taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais

Por Cris Almeida, Valor Investe — Rio


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Mais uma semana, mais uma sessão de altos e baixos no Tesouro Direto. Nesta segunda-feira (17), os títulos públicos encerraram o dia entre altas e baixas. Vale lembrar que na semana anterior, os papéis chegaram a oferecer taxas em patamares históricos.

O gatilho de hoje foi o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), que voltou a prever Selic e inflação maior em 2024 e 2025. O relatório ganha mais relevância nesta semana porque na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) vai anunciar mais uma decisão de juros.

Destaque para o Tesouro Prefixado 2031, que pagou 12,15%, ante os 12,18% da última sessão. O mesmo movimento acontece no papel com vencimento em 2035, com pagamento de juros semestrais, que hoje encerrou o dia pagando 11,93%.

Entre os atrelados à inflação, o caminho é inverso. O título com prazo para 2029 pagou 6,40% no fechamento do dia, frente aos 6,36% da última sessão. O papel mais longo, com vencimento em 2055, também subiu: de 6,32% da última sexta para 6,33% hoje.

Vale lembrar que as taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa dizer que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice e versa. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.

Qual eu compro?

Depende. Os analistas avaliam os patamares atuais do mercado de títulos públicos bastante atrativos, mas não dispensam a dose de cautela no que diz respeito ao volume e ao prazo. No caso dos prefixados, a recomendação é aproveitar as taxas maiores do que a projeção da Selic no período, mas sem alongar muito o investimento (ou seja, ficar no curto prazo).

Já entre os indexados à inflação, os analistas também consideram os 6% atrativos. Nesse caso, os títulos têm um extra: minimizam os efeitos do IPCA sobre a carteira.

Vale destacar que, quem já tem o papel na carteira, a melhor forma de não perder dinheiro com a volatilidade do mercado de títulos públicos é levando até o vencimento.

Fechamento Tesouro Direto nesta segunda-feira (17)

Título Rentabilidade anual Investimento mínimo Preço Unitário Vencimento
TESOURO PREFIXADO 2027 11,56% R$ 30,31 R$ 757,76 01/01/2027
TESOURO PREFIXADO 2031 12,15% R$ 33,20 R$ 474,35 01/01/2031
TESOURO PREFIXADO com juros semestrais 2035 11,93% R$ 37,53 R$ 938,31 01/01/2035
TESOURO SELIC 2027 SELIC + 0,0875% R$ 149,32 R$ 14.932,43 01/03/2027
TESOURO SELIC 2029 SELIC + 0,1560% R$ 148,58 R$ 14.858,88 01/03/2029
TESOURO IPCA+ 2029 IPCA + 6,40% R$ 31,71 R$ 3.171,21 15/05/2029
TESOURO IPCA+ 2035 IPCA + 6,34% R$ 44,06 R$ 2.203,37 15/05/2035
TESOURO IPCA+ 2045 IPCA + 6,30% R$ 36,15 R$ 1.205,03 15/05/2045
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2035 IPCA + 6,35% R$ 42,11 R$ 4.211,62 15/05/2035
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2040 IPCA + 6,28% R$ 42,72 R$ 4.272,15 15/08/2040
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2055 IPCA + 6,32% R$ 41,52 R$ 4.152,06 15/05/2055
— Foto: GettyImages
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