Bolsas de NY avançam até 18% no semestre. Veja as maiores altas e baixas

Índice industrial Dow Jones avançou 3,79%, enquanto o das maiores empresas americanas, o S&P 500 cresceu 14,48%. O Nasdaq, que reúne ações de tecnologia, subiu 18,13%

Por Marília Almeida e Gabriel Caldeira, Valor — São Paulo


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As bolsas de Nova York fecharam em queda no pregão desta sexta-feira, o último do primeiro semestre de 2024. De olho nos riscos políticos após o primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump, os investidores reduziram aplicações em ações após os índices saltaram até 18% nos primeiros seis meses do ano, impulsionados pelo rali de inteligência artificial (IA) generativa.

O Dow Jones encerrou o pregão em queda de 0,12%, a 39.118,86 pontos; o S&P 500 recuou 0,41%, a 5.460,48 pontos; e o Nasdaq desvalorizou 0,71%, a 17.732,60 pontos. Na semana, os dois primeiros índices acumularam baixa de 0,08%, enquanto o Nasdaq teve alta modesta de 0,24%. No acumulado de junho, os índices avançaram 1,12%, 3,47% e 5,96%, respectivamente.

Já no segundo trimestre, o Dow Jones acumulou queda de 1,73%, enquanto o S&P 500 avançou 3,92% e o Nasdaq, 8,26%. Por fim, no primeiro semestre de 2024, os ganhos foram de 3,79%, 14,48% e 18,13%, respectivamente.

O destaque do semestre foram, naturalmente, as ações ligadas à inteligência artificial. A Super Micro Computer registrou valorização de 195,5%, superando a alta da fabricante de chips Nvidia, que avançou 150,7% no período. Em terceiro lugar fica a empresa de energia elétrica Vistra, com alta de 119,7%, e a Constellation Energy, que subiu 73,3%, ambas por conta do potencial aumento da demanda por energia por data centers que rodam aplicações de IA.

Na ponta negativa, aparecem a rede varejista Walgreens e a fabricante de artigos esportivos Lululemon, com queda de 52,7% e 41,7%, diante da desaceleração da economia americana e menor consumo.

Maiores altas e baixas do S&P 500 no semestre

Ticker Companhia % YTD
SMCI Super Micro Computer 195,5%
NVDA NVIDIA 150,7%
VST Vistra Corp. 119,7%
CEG Constellation Energy Corporation 73,3%
LLY Eli Lilly 57,3%
GE GE Aerospace 56,1%
MU Micron Technology 55,0%
NRG NRG Energy 52,3%
CRWD CrowdStrike 50,4%
TRGP Targa Resources Corp. 50,4%
WBA NIKE -30,2%
LULU Paycom Software -30,8%
INTC MarketAxess Holdings -31,1%
EPAM Global Life -31,9%
WBD Albemarle Corporation -34,1%
ALB Warner Bros -34,8%
GL EPAM Systems -37,3%
MKTX Intel Corporation -37,9%
PAYC Lululemon Athletica -41,7%
NKE Walgreens Boots Alliance -52,7%

Contudo, o mercado perdeu o ímpeto em junho. No mês, o setor de tecnologia dominou e foi um porto-seguro no meio de fraqueza em demais setores, analisa Gustavo Campanhã, gestor de ações da WHG. Tanto que o S&P 500 sem a predominância de tecnologia fechou o mês em queda de 0.71%. "Caso as Sete Ações Magníficas não tivessem se valorizado, o S&P 500 teria fechado no vermelho esse mês".

"Ações ligadas à IA sofreram, e começamos a ver, além de dados econômicos mais fracos, sinais de empresas com demanda arrefecendo, como por exemplo a varejista Walgreens, que desvalorizou 25% no mês e vai fechar muitas lojas, em grande parte por conta da fraqueza do consumo"

Na semana, os principais índices dos EUA (S&P 500 e Nasdaq 100) mantiveram praticamente os mesmos níveis da semana anterior. Embora não tenham apresentado grandes variações, houve grande dispersão de performances, aponta Paulo Gitz, estrategista global da XP.

"Na semana, apenas dois setores do S&P 500 fecharam no positivo (Comunicações e Energia) refletindo a boa performance de Meta, Google e o petróleo. Já os setores de Bens de Consumo e Utilidades Públicas, mais sensíveis às taxas de juros, apresentaram as maiores perdas ao refletir a segunda semana consecutiva de abertura nas taxas dos títulos do Tesouro americano".

Gitz também destaca que a Nvidia desvalorizou 1,8%. É a segunda semana consecutiva de queda, que acontece depois que a Micron, empresa do setor de semicondutores que caiu quase 6% na semana, reportou resultados e divulgou projeção dentro do esperado pelo mercado. O petróleo Brent subiu 1,4%, valorização que ocorre pela terceira semana consecutiva.

Na sessão de hoje, tanto o S&P 500 como o Nasdaq haviam batido novos recordes históricos ao longo do dia pouco depois da abertura, após o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) desacelerar dentro do esperado em maio e melhorar as perspectivas por cortes de juros do banco central americano (Federal Reserve, o Fed). No entanto, o movimento não se sustentou diante de uma queda generalizada dos mercados em Nova York.

Entre ações, destacou-se a queda de quase 20% da Nike. A empresa divulgou números decepcionantes em seu balanço do quarto trimestre fiscal por conta de uma menor demanda dos consumidores. Com isso, bancos como o Wells Fargo e o HSBC reduziram o preço-alvo e pioraram a avaliação dos papéis da fabricante de artigos esportivos.

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