Bitcoin salta 160% no ano; confira outras criptos que entregaram fortes valorizações

Segundo estudo da Coinbase, maior plataforma de negociação de criptos nos EUA, número de usuários aumentou para 420 milhões, no mundo

Por Laelya Longo, Valor Investe — São Paulo


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Após o forte “inverno” vivido pelo mercado de criptoativos no ano passado, 2023 marcou o florescer da “primavera” no ecossistema, marcada por algumas poucas tempestades que, segundo especialistas, devem favorecer o tão aguardado “verão”, podendo ser marcado por novas máximas de preços.

A recuperação do bitcoin ocorreu entre o susto provocado pela crise dos bancos do Vale do Silício, no já longínquo mês de março, e a contagem regressiva para a aprovação do ETF (fundo negociado em bolsa) com exposição direta a bitcoin no mercado norte-americano.

Nesse ínterim, o bitcoin (BTC), maior e principal cripto do mercado, registra uma valorização de 160%, até 29 de dezembro, saindo de mínimas em torno de US$ 16.500, em janeiro, e saltando a quase US$ 45 mil, neste último mês do ano.

Essa valorização, no entanto, não se deve aos tradicionais saltos que caracterizavam o mercado cripto “do passado”. Mas sim de um novo contexto de adoção institucional do ativo digital e da tecnologia blockchain, tanto por parte de investidores quanto de governos e países.

Aguardado ansiosamente por investidores institucionais, só a expectativa pela aprovação dos ETFs de bitcoin à vista provocou a corrida pela criptomoeda, que soma US$ 830 bilhões em valor de mercado.

Ao todo, até o momento, são 13 pedidos de ETF de bitcoin à vista em avaliação pela Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos EUA), incluindo os das gigantes BlackRock, Fidelity e Invesco, com o prazo final para decisão em janeiro próximo.

Há quem diga que o ok final do regulador americano deva sair já na primeira semana de 2024. A conferir os rumores brevemente.

O acordo firmado entre a Binance, a maior plataforma de negociação de criptos do mundo, e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e reguladores do país, de US$ 4 bilhões, após a empresa reconhecer que se omitiu deliberadamente de cumprir políticas contra lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo e falhado ao implementar controles preventivos, foi considerada por diversos analistas como a última ação de “faxina” que trará maior segurando aos investidores americanos.

Nesse contexto, segundo um estudo da Coinbase, maior plataforma de negociação de criptos e seus produtos derivados nos EUA, o número de usuários aumentou para 420 milhões, no mundo.

Outras (mas não menos importantes) altas de preços

Por osmose ou eventos específicos, algumas altcoins (todas as demais criptos que não o bitcoin) acompanharam a recuperação de níveis de preço, chegando a marcar saltos só observados em tempos iniciais desse mercado, caracterizado pela sua intensa volatilidade.

A Solana (SOL), token da rede blockchain homônima, voou nada menos que 980%, confirmando as perspectivas para a altcoin como uma das promessas para o ano. A rede Solana tem ganhado mais relevância como alternativa à rede Ethereum, alcançando maior escalabilidade e suporte a contratos inteligentes.

Outra aposta do mercado, o token MATIC, da rede Polygon, entregou “modesta” alta de 42%, resultado do desenvolvimento de interoperabilidade (troca de informações entre sistemas diferentes) e a escalabilidade são aspectos fundamentais para o crescimento das Finanças Descentralizadas (DeFi).

Ainda que tenham ficado de fora das maiores indicações para este ano, Avalanche (AVAX) subiu quase 300%, Cardano (ADA) avançou 150% e XRP, da Ripple, ganhou 85%, de acordo com a plataforma de dados consolidados CoinMarketCap.

— Foto: Getty Images
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