Após receber em almoço na prefeitura de São Paulo nesta sexta-feira (14) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-coronel da Rota Ricardo Mello Araújo, indicado pelo PL para ser seu vice, o prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), evitou confirmar o nome e afirmou que, antes, vai consultar os 11 partidos de sua base.
“O vice vai ser definido no final da semana que vem”, afirmou o prefeito, após o encontro. Os quatro, contudo, posaram para uma foto juntos, na primeira aparição do quarteto. Para integrantes do PL, a confirmação é apenas uma questão de tempo. O ex-PM é o franco favorito para formar a chapa de reeleição com Nunes, que resistia ao nome de um bolsonarista raiz temendo que o radicalismo lhe tire votos.
“Vamos conversar na semana que vem para ter um consenso, há de se ter muito respeito com os demais partidos”, afirmou o governador do Estado, que cobrou no início da semana uma rápida definição ao defender o nome do ex-policial Mello Araújo.
“Temos um projeto que a gente acredita. A relação do governo com a prefeitura tem sido próspera, vai dar resultado. Temos muitos projetos que vão nascer dessa interação. Tem sido muito fácil trabalhar com o Ricardo. Ele é uma pessoa fácil de lidar, com grande coração, e que faz um grande trabalho”, ressaltou Tarcísio de Freitas.
Ex-coronel da Rota da Polícia Militar de São Paulo, Ricardo Mello Araújo (PL) foi presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), uma empresa pública federal que é a maior distribuidora de produtos hortícolas do país.
Indicado para dirigir a companhia por Bolsonaro, em outubro de 2020, ele é fiel defensor do ex-presidente, estendendo bandeiras do Brasil no local e utilizando a estrutura pública para promover o então presidente.
“O coronel Mello, por todo o trabalho que ele fez na Ceagesp, mas não só, tem muito reconhecimento”, afirmou o prefeito, ressaltando que, pelo fato de ele ser indicado pelo PL, tem um peso muito grande.
Bolsonaro já tinha definido o ex-PM como a indicação do PL para a chapa de Ricardo Nunes. No início desta semana, Tarcísio endossou o nome e cobrando um “acerto o mais rápido possível” diante da mudança de cenário na corrida pela prefeitura da capital paulista.
Ele se referia à recente pesquisa Datafolha, do final de maio, que incluiu novos nomes na pré-campanha como o do apresentador José Luiz Datena (PSDB) e do coach e influencer Pablo Marçal (PRTB). São nomes que tiram votos de Nunes, que está tecnicamente empatado com o deputado federal Guilherme Boulos (Psol).
O prefeito parece resignado a aceitar o bolsonarista como vice. O PL é uma das siglas da coligação e lhe dará um excelente tempo de TV na propaganda eleitoral. E o governador do Estado é um dos cabos-eleitorais mais fortes que dispõe.
A parceria entre eles, que será vendida na campanha como um ativo do candidato à reeleição, já é exaltada em público. Na última segunda-feira (10), quando os dois estiveram juntos e discursaram na homenagem feita ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Assembleia Legislativa paulista, eles trocaram afagos e Tarcísio se referiu a Nunes como “meu grande parceiro”.