Fundos de Investimento
PUBLICIDADE
Por — Para o Valor, de São Paulo


Tucci, da Itaú Asset; fundos com foco em grandes empresas de tecnologia — Foto: SM2 fotografia
Tucci, da Itaú Asset; fundos com foco em grandes empresas de tecnologia — Foto: SM2 fotografia

A antiga máxima que diz que não se deve colocar todos os ovos numa mesma cesta ganhou um novo ingrediente para os investidores de varejo: a possibilidade de alocação em ativos internacionais. Antes uma opção restrita ao segmento private, a diversificação geográfica está a cada dia mais acessível para bolsos de vários tamanhos. E com boa parte dos produtos protegidos contra a variação cambial, o que garante exposição apenas aos ativos em si e com uma carteira sem correlação com a economia brasileira.

Embora seja possível aplicar no exterior por meio da abertura de conta em uma corretora que opere fora do país, os fundos de investimento podem ser o caminho mais fácil para esse tipo de alocação. Isso tem a ver, inclusive, com a variedade de ativos disponíveis no mercado internacional. De ações de grandes empresas de tecnologia, passando por startups promissoras e crédito privado imobiliário, são muitas as alternativas. Encontrar os melhores ativos, a relação entre risco e retorno mais vantajosa e montar a melhor estratégia são tarefas complexas, a que se dedicam os gestores dos fundos.

Nem todos os fundos com maior rentabilidade na categoria estão disponíveis para o varejo, e essa é uma questão que não tem apenas a ver com a estratégia comercial das gestoras. Antes da entrada em vigor da Instrução 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os fundos de varejo só poderiam investir no máximo 20% do patrimônio no exterior. A limitação caiu, mas muitas gestoras ainda estão num momento de adaptação à nova regulação.

Diante de um cenário nada positivo para a renda variável, o fundo BTG AQR Long-Biased Equities FIC FIM IE, da BTG Pactual Asset Management, tem apresentado retornos consistentes nos últimos três anos. Segundo o head de Third Party Distribution do BTG Pactual, Will Landers, trata-se de um fundo quantitativo alavancado que opera com posições compradas e vendidas em ações de empresas de alta qualidade. Como um fundo “quant”, é um algoritmo que toma as decisões de alocação, mas esse modelo, segundo Landers, é constantemente alimentado por novas variáveis, selecionadas por profissionais que se dedicam a acompanhar as tendências do mercado.

“Esse é um fundo de ações global sem viés setorial, com 25% de exposição a empresas de tecnologia”, detalha. Por ora, o produto é voltado a investidores qualificados, mas a gestora estuda ofertá-lo também no varejo. No ranking, a gestora tem também o fundo BTG S&P 500 BRL FIM, multimercado voltado a investidores de varejo cujo benchmark é o S&P 500, índice que reúne as maiores empresas listadas no mercado americano.

A aposta no avanço de empresas de tecnologia, incluindo aquelas que atuam no desenvolvimento de inteligência artificial, é o pano de fundo do Franklin Clearbridge EUA Growth FIA IE, da Franklin Templeton. É um produto de gestão ativa com hedge cambial, que compra ações de companhias listadas nos Estados Unidos. “Esse fundo dá ao investidor acesso às empresas que mais tendem a crescer nesse ciclo econômico”, comenta o sales director da gestora, Luiz Felipe Assadurian. Além de tecnologia, o portfólio tem ações de empresas de setores como serviços financeiros e de saúde, transporte ferroviário e energias renováveis. Entre as techs, o fundo investe, por exemplo, na Nvidia, posição montada em 2018, quando o preço do papel era bem mais baixo.

A gestora tem um segundo fundo no top 10 deste guia, o Franklin Clearbridge Infra Value FIA IE, dedicado a encontrar boas oportunidades no segmento de infraestrutura, em todo o mundo. Assadurian destaca que esse fundo não tem apenas uma característica defensiva, como é comum nos investimentos de empresas do setor que já têm receita estável. “A ideia aqui é aproveitar também o potencial de companhias que atuam, por exemplo, na transição energética”, acrescenta. Assim como o outro fundo ranqueado da Franklin Templeton, este também - por enquanto - está aberto apenas a investidores qualificados e tem proteção cambial.

Tecnologia é igualmente o foco de dois fundos da Itaú Asset ranqueados no top 10. Como explica Renato Eid Tucci, superintendente de estratégias indexadas e investimento responsável da gestora, são produtos que dão aos investidores acesso a teses que não estão disponíveis entre os ativos brasileiros. Com proteção cambial, o Itaú Index US Tech FIC FIA IE e o Itaú US Tech FIC FIA IE têm foco em ações de grandes empresas do setor, como Meta, Microsoft, Apple e Nvidia. “Esses fundos oferecem acesso amplo ao tema, que tem se mostrado muito eficiente em termos de retornos”, afirma Tucci, lembrando que a estratégia tenta desviar de oscilações de curto prazo, se concentrando mais no potencial de crescimento exponencial dessas companhias.

A ideia aqui é aproveitar também o potencial de companhias que atuam na transição energética”
— Luiz Assadurian

Para quem gosta do setor imobiliário, também há oportunidades no exterior. Com escritórios nos Estados Unidos, o Grupo Leste tem no top 10 do ranking o Leste Credit ABS I FIC FIM C Priv IE. De acordo com o diretor de investimentos em créditos imobiliários, Ricardo Gennari, a carteira é composta por créditos concedidos a diversos agentes do mercado imobiliário americano, em segmentos como o residencial e o de construção sob medida de imóveis para serem alugados a grandes empresas. Gennari ressalta que o próprio grupo faz a originação dos créditos. “Esse produto oferece ao investidor acesso a um mercado estável, e com a expertise de uma gestora que conhece bem as particularidades do setor de imóveis no país”, completa.

A XP Asset tem dois fundos no top 10. O XP Wellington European Equity ADV FIA IE busca retornos absolutos de longo prazo por meio de gestão ativa de ações listadas na Europa. Voltado para investidores qualificados, o produto é indicado para um perfil de maior apetite a risco e, segundo Danilo Gabriel, gestor de fundos indexados e internacionais da XP Asset, tem versões com e sem hedge cambial. Já o XP Systematica Blue Trend Adv FIC FIM IE, também para qualificados, é um fundo quantitativo que opera em múltiplas classes e em diferentes geografias.

Mais recente Próxima Bons retornos em momentos de volatilidade
Tudo sobre uma empresa
Acesse tudo o que precisa saber sobre empresas da B3 em um único lugar! Dados financeiros, indicadores, notícias exclusivas e gráficos precisos - tudo para ajudar você a tomar as melhores decisões de investimento
Conheça o Empresas 360

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico