O Ibovespa encerrou a sessão com leve queda em relação ao fechamento anterior, se equilibrando entre duas forças. Por um lado, o recuo dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), após dados industriais abaixo do consenso nos EUA, deu suporte às ações sensíveis aos juros hoje. Não obstante, Vale e Petrobras recuaram e limitaram o ímpeto do índice.
No fim do dia, o índice recuou 0,05%, aos 122.032 pontos. Nas mínimas intradiárias, tocou os 121.496 pontos, e, nas máximas, os 122.495 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 15,40 bilhões no Ibovespa e R$ 20,96 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,11%, aos 5.283 pontos, Dow Jones fechou em queda de 0,30%, aos 38.571 pontos e Nasdaq subiu 0,56%, aos 16.828 pontos.
Em dia de forte baixa nos rendimentos dos juros americanos, após PMI industrial abaixo das expectativas nos EUA aumentar as chances de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) ainda este ano, ações brasileiras mais ligadas às taxas e à atividade local tiveram performance positiva na sessão. O Índice Small Caps subiu %, Itaú PN teve alta de 1,40% e BTG Pactual units acumulou ganhos de 3,07%.
Não obstante, o referencial não conseguiu avançar na sessão, pressionado por exportadoras de commodities, que têm peso relevante. Petrobras ON recuou 1,11%, em dia de queda firme do petróleo após a Opep sugerir a retirada gradual nos seus cortes de produção; e Vale ON teve queda de 2,10%, acompanhando o recuo do minério de ferro na China.
"O cenário vem piorando para ativos locais desde abril, com piora fiscal e postergação da queda dos juros no exterior. Quando analisamos os resultados das empresas brasileiras no primeiro trimestre, os números foram de medianos para positivos, mas o cenário macro atrapalha muito. Então, precisamos de alguma novidade ou surpresa que sirva de gatilho para o mercado andar", diz um analista.
Nessa linha, o executivo nota que dados de atividade abaixo do consenso nos EUA, como os de hoje, ajudam; e que um possível início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira (6) também é positivo. "Mas precisa ser algo mais estrutural, já que a parte interna não deve melhorar de uma hora para a outra. A bolsa já estava barata e está ficando mais ainda, só que isso por si só não significa uma mudança rápida de cenário à frente."