Em reunião do conselhão, Lula diz que está mais otimista que em 2003 e 2007 e deseja inflação baixa

O presidente disse ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sofre injustiças. “Todas as pessoas só vem nele para pedir, não para oferecer”, indicou


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”, que está “mais otimista do que em 2003 e 2007” e que a economia do país funciona bem.

“É preciso que vocês estudem a macroeconomia, mas saibam o que está acontecendo lá embaixo. Não a pessoa que tomou R$ 1 bilhão emprestados, mas a pessoa que tomou R$ 5 mil emprestados, R$ 10 mil emprestados, que tomou R$ 500 mil emprestado. Essa economia está a todo vapor."

Ele afirmou que o ex-ministro Guido Mantega e o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles falavam muito da macroeconomia, mas que seu otimismo se dá também pelas questões microeconômicas.

“Muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza, significa desemprego, significa prostituição, significa desnutrição, significa analfabetismo. Pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário. Ascensão das classes sociais, educação, transporte, mais investimento”, afirmou.

Lula destacou que, quando propôs criar o Conselhão, alguns deputados e senadores acharam que ele queria “fugir do debate no Congresso Nacional”, mas que isso “era uma insanidade” e que o grupo serve para que a sociedade civil, com seus diferentes pensamentos, possa apresentar propostas que o governo sozinho não tem condições de pensar.

O petista destacou que seu governo “só faz um ano e sete meses”, mas que “parece muito tempo”. “Quem perde a eleição e fica vendo o outro governar acha que o mandato é interminável. E quem ganha acha que o mandato é muito curto. Está muito rápido este mandato”, disse.

Ele também manifestou que o governo deseja que a inflação seja baixa. “Eu peço, eu rogo e trabalho para que a inflação seja baixa”, disse. “Eu quero que a inflação seja baixa e eu fui operário de fábrica e eu vivi com inflação de 80% ao mês. Eu já vivi esse mundo”, disse o presidente.

Ele disse que no Brasil de hoje, o pobre paga para estudar e o mais rico estuda em escola federal. De acordo com ele, o que o governo quer é que o Brasil se transforme em um país de classe média. “Eu não quero que esse país seja uma Rússia, quero que seja Alemanha, França e Suécia”, afirmou.

Notou também que o Brasil será do tamanho que a gente quer que seja, o que não pode acontecer é que cada setor pense que é o setor dele que tem que ganhar. Lula também avaliou que todo mundo que paga acha que está pagando muito e quem recebe acha que recebe pouco.

O presidente disse, ainda, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sofre injustiças. “Todas as pessoas só vem nele para pedir, não para oferecer”, destacou.

— Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Mais recente Próxima Lula assina decreto que cria política nacional para primeira infância

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!