O Banrisul anunciou hoje a prorrogação das operações de crédito consignado contratadas pelo funcionalismo estadual como forma de apoiar a população do Rio Grande do Sul atingida pelas chuvas. A medida suspende a cobrança das parcelas nas folhas de pagamento por 120 dias (maio, junho, julho e agosto) e vale para servidores dos Três Poderes.
De acordo com o banco, a prorrogação será automática para todos os servidores e quem não quiser aderir deve fazer a solicitação de manutenção de prazo pelo aplicativo. As parcelas postergadas serão agendadas para o prazo final do contrato, ao qual serão adicionados mais quatro meses.
O banco gaúcho já havia anunciado nesta semana outras medidas de apoio ao Estado, como a destinação de R$ 7 bilhões em capital de giro, com prazos de pagamento de até cinco anos.
A medida tem prazo de 60 meses, com renovação semestral automática, inclusive dos juros, taxa prefixada a partir de 1,39% ao mês e pós-fixada a partir de 0,29% ao mês + CDI. Essa linha estará disponível para todas as empresas — MEI, micro, pequenas, médias e grandes empresas —, com isenção de tarifa de abertura de crédito da Conta Única por 180 dias.
O Banrisul também anunciou linhas de crédito para os municípios que estão em calamidade pública e disse que dilatará prazos e trabalhar em prorrogações para a pessoa física. As faturas de maio e junho dos cartões de crédito serão prorrogadas e poderão ser parceladas em até 12 meses pelo cliente.
Outras medidas permitem a suspensão de parcelas do crédito imobiliário e a prorrogação, para julho, do vencimento das operações de maio e junho no caso dos clientes do crédito rural. Na credenciadora de cartões Vero, lojistas e pessoas físicas terão isenção de tarifas por 60 dias.
Nesta semana, o presidente do banco estatal, Fernando Lemos, disse ao Valor que a instituição ainda calcula o impacto que a catástrofe climática terá em seu balanço neste ano. No entanto, dois fatores ajudam a mitigar os riscos. O primeiro deles é que a carteira de crédito à pessoa física — a maior do banco — é muito vinculada ao funcionalismo público (municipal, estadual e federal), que não deve perder renda.
O segundo é que, no agronegócio, 75% dos clientes já haviam colhido a safra de soja e a de arroz já estava quase concluída quando as inundações começaram. Por isso, a expectativa de Lemos é que as perdas de safra sejam pequenas, ao mesmo tempo em que os preços estão bons para os produtores.