O leilão de energia A-4 e A-6 para atendimento das distribuidoras, previsto para acontecer em dezembro de 2024, não deve ter uma demanda significativa, j�� que as empresas estão com sobrecontratação de energia.
Segundo a Abradee, associação que representa as empresas do setor, atualmente, há muito mais energia contratada no portfólio das concessionárias do que a demanda do mercado regulado, atendido pelas distribuidoras.
“Isso nos remete a entender que não deveremos ter uma apresentação de demanda mais expressiva por parte das distribuidoras nestes leilões. Pode existir alguma empresa que tenha que acertar o ano dela dentro de seu portfólio, mas não é nada muito significativo”, explica o presidente da entidade, Marcos Madureira.
A contratação de energia no mercado regulado é feita em leilões e as distribuidoras assumem responsabilidades pelos contratos das térmicas a óleo, carvão e gás natural, usinas nucleares e da usina de Itaipu Binacional, que trazem segurança ao Sistema Interligado Nacional (SIN), porém têm custo muito maior do que outras fontes renováveis.
O dirigente diz que o cenário de abertura do mercado livre de energia e o crescimento da geração própria de energia (geração distribuída) estão tirando mercado das concessionárias, além do baixo crescimento da economia que reduz a perspectiva de mais demanda por eletricidade.
“Isso traz efeitos no custo da energia. Essa sobrecontratação involuntária termina onerando a tarifa dos consumidores. O preço médio de contratação das distribuidoras é em torno de R$ 250 por megawatt-hora (MWh) e, como não há uma forma de descontratar essa energia que sobra, isso termina sendo liquidado ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que está R$ 70 por MWh”, diz Madureira.
O Ministério de Minas e Energia divulgou para consulta pública a minuta da portaria com as diretrizes para a realização dos certames. A proposta prevê a compra de energia elétrica de novos empreendimentos de geração híbridos e das fontes eólica, solar fotovoltaica, hidrelétrica e termelétrica a biomassa ou a biogás.