O comando da Abras, a associação de supermercados, disse hoje que espera que os lotes de arroz importados pelo governo, para a atender a demanda após as enchentes no Rio Grande do Sul, devem levar cerca de dois meses até chegar nas lojas. Questões burocráticas e de logística são empecilho nesse processo, e o tema - entre outros pontos - está sendo debatido pelo governo junto ao setor varejista neste momento, disse Marcio Milan, vice-presidente da entidade.
Ele não deu detalhes de como o produto chegará nas gôndolas a R$ 4 o quilo e a R$ 8 dois quilos, considerando que há um custo na venda pelo varejo, assim como uma margem negociada com a indústria em toda a venda, e nesse caso do arroz, o valor já vem tabelado pelo governo. Mas disse que esse preço acertado será praticado.
“O governo definiu que o preço do quilo será R$ 4. Agora, há uma questão de trâmites, de embarque e de prazo e achamos que vai levar uns dois meses para chegar nas lojas”, disse.
Se isso ocorrer, o produto só será vendido no fim de julho, três meses após início da crise vivida pelo estado gaúcho.
As enchentes no Rio Grande do Sul prejudicaram parte das plantações de arroz e o Estado é responsável por 70% da produção nacional do grão.
A Abras ainda negou hoje que tenha ocorrido especulação de certos supermercados com produtos vendidos no Rio Grande do Sul, que elevaram preços frente a alta demanda e baixa oferta. E disse que eventual aumento foi pontual.
Para a entidade, pode ter sido preciso elevar preços pelas condições de logística. “Estradas ficaram inacessíveis, caminhões tiveram dificuldades”, afirmou ele.
Questionado sobre o fato de os produtos vendidos nas lojas, e que subiram de preço em redes locais, já terem seu preço definido, e já terem sido, na prática, entregues antes das enchentes, Milan disse que situações de aumento de preços não foram generalizadas e a situação de entrega vem se normalizando.
Abras ainda disse que não haverá falta de arroz por causa das enchentes, e a tendência antes da tragédia, era de queda de preço do produto, mas o consumidor, agora, terá que pesquisar para achar mercadoria a bom preço, afirmou.
A associação ainda divulgou que as vendas de supermercados, hipermercados e atacarejo cresceram 0,63% em abril frente ao mesmo mês de 2023, e no acumulado ano, alta foi de 2,07%. A projeção é de expansão de 2,5% no ano. Em abril de 2024 versus março de 2024 houve recuo de 7,29% nas vendas, reflexo do fato de a Páscoa ter ocorrido em março, o que eleva a base de comparação.
29/05/2024 11:51:37