Finanças sustentáveis
PUBLICIDADE

Por B3

A demanda por créditos de carbono vem aumentando significativamente, impulsionada pela relevância na agenda ESG. Se há dez anos o mercado de carbono atingia US$ 200 milhões, em 2021 chegou à marca de US$ 1 bilhão, e tudo caminha para que salte para US$ 50 bilhões em 2030, segundo estimativas da McKinsey.

Nesse contexto, o Brasil se destaca como protagonista, já que concentra 15% do potencial global de captura de carbono por meios naturais, com chances de atender a 48,7% da demanda global, de acordo com estudo realizado pela consultoria.

O país vislumbra a possibilidade de atrair investimentos e liderar o tema ambiental. Entretanto, essa é uma oportunidade que precisa ser destravada. Como o país ainda não conta com um mercado regulado, as atuações se dão no mercado voluntário, a partir de compromissos de empresas que optam por neutralizar suas emissões.

Nesse cenário, o mercado de capitais vem atuando de forma relevante. A B3, uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo, líder e facilitadora do fluxo de capital para projetos sustentáveis, destaca-se. Em dezembro de 2023, por exemplo, a Bolsa do Brasil lançou uma plataforma para registro de crédito de carbono com o objetivo de trazer maior controle da titularidade e da movimentação dos créditos aos investidores.

“O papel da Bolsa é trazer mais transparência para as informações, oferecer produtos, ser o coração desse fluxo de capital, dando vazão para todas as oportunidades”, afirma Cesar Sanches, superintendente de Sustentabilidade da B3.

Cesar Sanches, superintendente de Sustentabilidade da B3 — Foto: Wanezza Soares/Divulgação
Cesar Sanches, superintendente de Sustentabilidade da B3 — Foto: Wanezza Soares/Divulgação

Hoje, um dos maiores desafios para o mercado de carbono no Brasil é, dentre outros aspectos, a integridade socioambiental dos créditos, e a B3 acredita que pode impulsionar o mercado, oferecendo a infraestrutura necessária e a segurança operacional de uma empresa já consolidada pela excelência dos serviços oferecidos. “Somos esse hub e temos a oportunidade de assumir o papel que vai permitir um volume maior de capital nesse mercado com segurança para projetos tão relevantes”, destaca Sanches.

O executivo ainda ressalta a importância da transparência das informações para a conquista de uma melhor precificação. “Com as informações transparentes, será possível identificar o ‘carbon price’. Quando se tem tudo mapeado, os tomadores de decisão conseguem justificar o investimento em soluções sustentáveis em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que incluem energia limpa, créditos de carbono, economia circular e outras oportunidades”, aponta.

Mercado voluntário x mercado regulado

Estamos falando de instrumentos econômicos distintos, porém, complementares, e eficientes para ajudar a limitar o aquecimento global. Isso porque o mercado de crédito de carbono dá a oportunidade para as empresas trilharem o caminho de descarbonização das operações e compensarem suas emissões residuais comprando créditos gerados por projetos que reduzem ou sequestram os gases de efeito estufa — os GEEs.

A principal diferença entre os dois é a imposição legal. Enquanto o mercado regulado nasce de uma legislação específica que impõe metas de redução de carbono a um setor determinado de atores econômicos por meio de permissões ou cotas de emissão, o mercado voluntário não conta com um órgão regulador central e é regulado por compromissos internos de reduções das empresas.

Atualmente, no Brasil, o único mercado de carbono em funcionamento é o voluntário. Plinio Ribeiro, CEO da Biofílica Ambipar, acredita que em breve não haverá mais trocas econômicas que não passem pela discussão relacionada às emissões e compensações de carbono.

O mercado voluntário ainda se mostra como excelente instrumento para movimentação de capital de países desenvolvidos mais poluentes para os países em desenvolvimento. “Apesar de ainda ser um negócio pequeno, globalmente falando, esse recurso faz muita diferença”, aponta Ribeiro.

O executivo da Biofílica Ambipar analisa que, em caso de o Brasil ofertar 10% dos créditos do mercado — que hoje é de US$ 20 bilhões —, cerca de US$ 2 bilhões de investimento viriam para o país. “Convertendo, são cerca de R$ 10 bilhões, sendo que o orçamento do Ministério do Meio Ambiente não passa de R$ 4 bilhões. Estamos falando de um mecanismo que pode fazer uma grande diferença”, exemplifica.

Para Ribeiro, a palavra de ordem é integridade, com projetos que reduzem ou sequestram emissão de forma transparente, mensurável e monitorável. Uma dor ainda sentida por um mercado novo e autorregulado. “Integridade não se restringe à tecnicalidade de uma emissão, mas vai além, na repartição de benefício, salvaguardas sociais, de respeito ao consentimento livre, prévio e informado nas comunidades tradicionais”, diz.

Nesse sentido, o CEO reforça o papel importante da B3 nessa agenda. “Esse movimento do mercado financeiro ajuda muito, porque traz ferramentas de integridade e transparência de registro. Esse era um mercado quase amador, quase de filantropia, então sentimos uma mudança muito importante”, comemora.

Plinio Ribeiro, CEO da Biofílica Ambipar — Foto: Divulgação
Plinio Ribeiro, CEO da Biofílica Ambipar — Foto: Divulgação

Do outro lado, com o mercado regulado, as emissões de determinados setores são limitadas pelo órgão regulador. “A ideia é desencorajar as companhias de emitir muito, colocando um preço no carbono. E esse valor depende de onde a régua é estabelecida, sendo que essa é a parte crucial da política econômica”, aponta o CEO da Biofílica Ambipar.

O mundo possui hoje 36 mercados de carbono regulados, o que corresponde à cobertura de 17% das emissões globais de GEEs, segundo o Banco Mundial. E o Brasil está prestes a integrar essa lista seleta a depender do Projeto de Lei 2.148/2015, aprovado na Câmara dos Deputados na última sessão legislativa de 2023.

Neste momento o projeto de lei está sob avaliação do Senado Federal e, após a eventual sanção, ainda haverá um período de adaptação dos agentes desse mercado de, pelo menos, quatro anos.

A oportunidade é agora, e o timing se mostra ideal, já que o Brasil preside o G20 e deve receber a COP30 em 2025. “Temos uma janela de dois anos para desenvolver e fazer um conjunto de entregas interessantes na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas”, reforça o superintendente de Sustentabilidade da B3.

Como a B3 pode apoiar o desenvolvimento sustentável do mercado

Como “thought leader”, a B3 tem uma estratégia de sustentabilidade bem desenhada e baseada em responsabilidade corporativa, indução de boas práticas no mercado brasileiro e oferta de amplo portfólio de produtos ESG.

Como empresa de capital aberto listada no Novo Mercado, no pilar ambiental, a companhia é carbono neutro e compensa as emissões desde 2011, com meta de zerar as emissões do escopo 2 até 2030.

A B3 apoia empresas em suas jornadas ESG usando sua posição estratégica de infraestrutura de mercado para estabelecer parcerias e potencializar o trabalho que já vem sendo feito por outras organizações

Nesse sentido, a B3 oferece ao mercado uma plataforma que permite aos usuários acessar, analisar e estudar de forma organizada e simples uma ampla base de dados ESG, que podem ser utilizados como suporte para a elaboração de estratégias relacionadas ao tema.

O ESG Workspace, além de reunir as principais informações fornecidas pelas empresas participantes do processo de seleção da carteira do ISE B3, principal índice ESG do mercado brasileiro, que reúne as empresas com as melhores práticas de sustentabilidade, possui seções dedicadas tanto a dados de títulos financeiros ligados à sustentabilidade (títulos temáticos) registrados no mercado de balcão quanto a indicadores ambientais, sociais e de governança corporativa divulgados por empresas listadas em fontes públicas (ESG Reports Data).

Além disso, a Bolsa do Brasil também está presente no mercado de produtos de descarbonização, conhecidos como o CBIO, e oferece infraestrutura para CPR Verde e ETFs, que são fundos de índices, indexados ao Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3).

Com uma agenda ESG forte dos pontos de vista interno e externo da organização, a B3 contribui com o esforço global contra as mudanças climáticas e ajuda a impulsionar o Brasil em sua trajetória como potência verde.

Mais recente Próxima
B3

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Em evento exclusivo, o presidente americano repetiu que não concorreria “se não acreditasse que poderia vencer”

Biden pede a doadores que fiquem com ele após debate desastroso

Sua despedida deve seguir os passos daquela anunciada por Milton Nascimento

Gilberto Gil anuncia aposentadoria dos palcos após série de shows em 2025

Esther Dweck também falou que não está em discussão no governo a desvinculação de benefícios previdenciários do salário mínimo

Ministra descarta revisão da correção de pisos mínimos de investimento em saúde e educação

Segundo a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, ideia é que funcionário possa atuar também em outros ministérios

Esther Dweck apresentará projeto de criação de carreira civil para o Ministério da Defesa

Em Feira de Santana, presidente entregará estrada duplicada e anuncia a contratação de mais de mil unidades do Minha Casa Minha Vida

Lula anunciará investimentos de mais de R$ 1,5 bi no Estado da Bahia

Na região da orla, a água atingiu quadras esportivas e a pista de skate. Também há registro de alagamentos nos bairros Guarujá, Espírito Santo e Ipanema, na zona sul da capital

Guaíba transborda e orla de Porto Alegre é invadida pela água

O evento contou com a participação de diversos políticos ligados ao PT e a São Paulo

Lula reclama de ausência de prefeito e do governador de SP em anúncio de expansão do Metrô

Tribunais ordenaram manutenção da prisão enquanto continuam as investigações sobre o levante armado de quarta-feira

Militares que lideraram golpe fracassado na Bolívia são mantidos em prisão de segurança máxima

Ele comentou que em São Paulo são 354 mil jovens de escola pública do Ensino Médio beneficiados

Lula deve ampliar programa Pé-de-Meia, diz ministro da Educação

Gestora espera contingenciamento maior de despesas para o Orçamento deste ano e transição sem surpresas na diretoria do BC

Governo terá de fazer o mercado acreditar que o arcabouço fiscal se manterá vivo, diz Kinea