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Por , Valor — Rio


Nos últimos 11 anos, uma pessoa negra foi assassinada a cada 12 minutos. É o que aponta o Atlas da Violência, divulgado nesta terça-feira (18). Ao todo, de 2012 a 2022, período analisado pela pesquisa, 445.442 pessoas negras foram assassinadas.

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Segundo o levantamento, em 2022, 76,5% das vítimas de homicídio registrados no país se identificavam como pretos e pardos. Esse percentual representa 35.531 pessoas que foram mortas intencionalmente. É uma taxa de 29,7 homicídios para 100 mil habitantes desse grupo populacional.

O Atlas da Violência, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, usa como base o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde.

Segundo a pesquisa, a morte violenta de pessoas negras é mais do que o dobro do que a soma dos homicídios contra pessoas não negras — isto é, brancas, indígenas e amarelas. Somando esses três grupos, o número total de assassinatos em 2022 foi 10.209, ou 10,8 a cada 100 mil habitantes.

“Ou seja, proporcionalmente às respectivas populações, em média, para cada pessoa não negra assassinada no Brasil, 2,8 negros são mortos. Esse cenário de grande discrepância no perfil racial de pessoas vítimas de violência, infelizmente, não é novidade no contexto brasileiro”, diz o relatório.

Analisando a curva de assassinatos de pessoas negras ao longo da última década, houve uma redução no número de assassinatos entre 2017 e 2019, passando de uma taxa de 43,1 a cada 100 mil habitantes para 29. No ano seguinte, porém, o índice voltou a aumentar, chegando a 32,2, e mantendo uma relativa estabilidade desde então.

Em comparação a pessoas não negras, também houve uma redução nas mortes violentas a partir de 2017, quando a taxa era de 16,1 homicídios a cada 100 mil habitantes. Desde então, houve uma redução gradual até o índice atual.

O ano de 2017 é visto como um marco na análise de dados da violência brasileira. Nessa época, o país vivia uma guerra entre facções criminosas que fez aumentar exponencialmente os homicídios em comparação aos anos anteriores. A partir de 2018, houve o apaziguamento desses conflitos e os assassinatos começaram a cair.

 — Foto: Maxim Hopman/Unsplash
— Foto: Maxim Hopman/Unsplash
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