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Por Rafael Vazquez, Valor — São Paulo


Os dados da economia no terceiro trimestre, divulgados nesta terça-feira (5) pelo IBGE, mostraram que a construção civil e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), medida de investimentos dentro do PIB, foram destaques pelo lado negativo. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, a construção caiu 3,8% e os investimentos recuaram 2,5%.

Para o presidente do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Yorki Estefan, ambas as quedas são consequência da política monetária restritiva e dos altos spreads bancários.

“Os juros dos financiamentos imobiliários continuam muito caros e a análise de crédito das empresas esteve muito restritiva. O patamar dos juros restringiu o mercado e as construtoras acabaram fazendo menos lançamentos. Isso impacta significativamente no PIB do setor”, diz Estefan.

Ainda segundo o presidente do Sinduscon-SP, a diminuição da compra de materiais de construção do varejo ajuda a explicar a queda de 3,8% no terceiro trimestre. “O PIB da construção é bastante influenciado pela parte de materiais e, nesse aspecto, o consumo das famílias diminuiu e mexeu significativamente com a venda no varejo do setor”, acrescenta Estefan.

O economista-chefe do Sicredi, André Nunes de Nunes, lembra que a construção civil passou por um “boom” durante a pandemia com muitas famílias reformando casas e apartamentos ou mudando de moradia. As quedas do setor neste ano, segundo ele, refletem o efeito reverso desse fenômeno.

Para 2024, a expectativa é que tanto o setor da construção como os investimentos voltem a crescer. “Estamos otimistas para 2024. O governo engrenando as medidas do Minha Casa, Minha Vida, agora, com o arcabouço fiscal definido, vai ajudar. Além disso, no ano que vem devemos ter obras de infraestrutura urbana a todo vapor e um cenário de redução da taxa de juros que vai fomentar o mercado”, comenta o presidente do Sinduscon-SP.

Ele espera que a taxa básica de juros do país caia para o patamar entre 8,5% e 9% no ano que vem. “Teremos um mercado de crédito indutor no ano que vem”, acredita.

 — Foto: Pixabay
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