Brasil
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Por Lucianne Carneiro e Alessandra Saraiva, Valor — Rio

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% no terceiro trimestre ante o segundo, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, em suas Contas Nacionais Trimestrais.

O resultado veio acima da mediana das estimativas de 71 consultorias e bancos ouvidos pela reportagem do Valor, que apontava para recuo de 0,2%, com projeções indo de queda de 0,6% a alta de 0,5%.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2022, o PIB teve expansão de 2%, ante mediana de expectativas coletadas pelo Valor de crescimento de 1,9%. As 64 projeções iam de alta de 0,8% a 3,4%.

O IBGE também revisou o PIB do segundo trimestre, que cresceu 1% frente ao primeiro, ante alta de 0,9% divulgada anteriormente.

Oferta

Pelo lado da oferta, a indústria cresceu 0,6% no terceiro trimestre em comparação com o segundo, um pouco acima da expectativa mediana, de alta de 0,5%. Frente ao terceiro trimestre de 2022, a indústria avançou 1%. Nessa base de comparação, a previsão era de alta de 1,2%.

O setor de serviços teve expansão de 0,6% no terceiro trimestre ante o segundo. A estimativa mediana apurada pelo Valor era de alta de 0,3%.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2022, houve alta de 1,8%. Para essa leitura, a previsão era de alta de 1,4%.

Já a agropecuária caiu 3,3% no terceiro trimestre ante o segundo, resultado um pouco melhor do que a projeção média de queda de 4,3% apurada pelo Valor.

Ante o desempenho de igual período de 2022, a alta foi de 8,8%. O resultado ficou ligeiramente abaixo da mediana das projeções coletadas pelo Valor, de alta de 9%.

Demanda

Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,1% no terceiro trimestre ante o segundo, feito o ajuste sazonal. A mediana das expectativas coletadas pelo Valor era de um crescimento de 0,2%.

Frente ao terceiro trimestre de 2022, o indicador teve alta de 3,3%. A mediana das estimativas era de alta de 2,2%.

A demanda do governo, por sua vez, aumentou 0,5% e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida de investimento em máquinas, construção civil e pesquisa dentro do PIB) caiu 2,5% no terceiro trimestre, frente ao segundo.

Analistas consultados pelo Valor estimavam estabilidade (0%) para o consumo do governo e aumento de 0,5% para a FBCF.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2022, houve alta de 0,8% no consumo do governo e retração de 6,8% na FBCF. Nessa base de comparação, as projeções de mercado eram de alta de 1,6% e queda de 3,6%, respectivamente.

Por fim, a taxa de investimento atingiu 16,6% do PIB no terceiro trimestre.

Setor externo

Segundo o IBGE, as exportações cresceram 3%, enquanto as importações tiveram baixa de 2,1% no terceiro trimestre ante o segundo.

Consultorias e instituições financeiras esperavam, segundo a mediana, alta de 2,7% para as exportações e recuo de 1,5% para as importações.

Crescimento de indústria, serviços e consumo das famílias ajuda a explicar a alta de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre ante o segundo, anunciada há pouco pelo IBGE.

Em nota sobre o resultado, o IBGE detalhou que, pelo lado da oferta, dois dos três grandes setores econômicos avançaram no trimestre: indústria (0,6%) e serviços (0,6%).

“Olhando por dentro do setor de serviços, os maiores destaques são as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%), especialmente na parte ligada aos seguros, e as imobiliárias (1,3%), com o aumento no número dos domicílios”, ressaltou no comunicado a coordenadora de Contas Nacionais, Rebeca Palis.

No mesmo informe, o IBGE detalhou que, no caso de serviços - que representa 67% do PIB -, das sete atividades analisadas nesse setor, seis ficaram no campo positivo no terceiro trimestre ante segundo trimestre.

Os maiores aumentos percentuais vieram das duas atividades citadas pela pesquisadora do IBGE - seguidas por aumento em segmento de informação e comunicação (1,0%), também no terceiro trimestre ante segundo trimestre.

Na mesma comparação, também dentro da economia de serviços, houve ainda variações positivas em outras atividades de serviços (0,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio (0,3%)

Ainda em serviços, o setor de transporte, armazenagem e correio recuou 0,9% na mesma comparação. “Essa queda vem após oito trimestres de altas e é relacionada ao transporte de passageiros”, diz a coordenadora de Contas Nacionais, no comunicado.

Outro ponto destacado pelo IBGE foi a área industrial. Entre as atividades industriais, o único crescimento foi registrado pelo setor de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,6%), no terceiro trimestre ante o segundo. Este foi influenciado pelo crescimento no consumo de energia, informou o instituto.

“Está sendo um ano bom para o setor, sem problemas hídricos e com bandeira verde. Também foi muito quente, o que favoreceu o consumo de eletricidade e de água”, afirmou, no comunicado, a coordenadora.

Pelo lado da demanda, o consumo das famílias aumentou 1,1% no terceiro trimestre ante segundo trimestre, informou o IBGE. “O crescimento do consumo das famílias é explicado por alguns fatores, como os programas governamentais de transferência de renda, a continuação da melhora do mercado de trabalho, a inflação mais baixa e o crescimento do crédito”, disse a técnica.

“Por outro lado, apesar de começarem a diminuir, os juros seguem altos e as famílias seguem endividadas. Houve também a queda no consumo de bens duráveis”, destacou ainda a coordenadora.

05/12/2023 09:11:10

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