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Por Guilherme Justino, Sabrina Neumann e Gustavo Maffei *, do Um Só Planeta

O Planeta enfrenta os efeitos adversos dos anos mais quentes já registrados, levando o aumento das temperaturas globais a níveis recordes devido às mudanças climáticas. As consequências disso vão muito além do desconforto, com profundas implicações econômicas e de saúde para a população humana, além de prejuízos irreversíveis para a fauna e a flora – definindo a nossa própria existência.

Nessa realidade ardente, as comunidades mais marginalizadas, as cidades sem espaços verdes e os locais com menores recursos financeiros suportam um fardo desproporcional dos custos associados ao calor. Além disso, os efeitos do aumento das temperaturas resultam em uma diminuição da produtividade e em despesas mais elevadas com a refrigeração de casas, apartamentos e locais de trabalho, contribuindo para o crescimento nas emissões de carbono.

O mundo encontra-se em um ponto de inflexão climática, onde a conscientização sobre a necessidade de ação coletiva e intervenções locais – respaldados por acordos globais – nunca foi tão elevada. Para mitigar o aumento da temperatura, são necessárias reduções a longo prazo nas emissões de carbono e cooperação internacional. E há muitas boas ideias contribuindo para isso.

Para especialistas ouvidos por Um Só Planeta nesta série especial sobre soluções de adaptação climática do podcast Entre no Clima, os efeitos do calor extremo podem ser mitigados por iniciativas locais: a união, afinal, faz a força, como diz o ditado. Henrique Evers, gerente de Desenvolvimento Urbano do WRI Brasil, sustenta que há consenso sobre a necessidade de uma compreensão mais profunda das consequências das ondas de calor urbanas na saúde, nas infraestruturas e nos recursos naturais.

Muitas cidades não estão preparadas para lidar com um clima muito mais quente, tornando a sensibilização para os efeitos do calor urbano crucial para a mobilização de ferramentas de financiamento para a mitigação e redução. Ao adotar soluções inovadoras, aponta ele, as cidades podem se preparar melhor para lidar com os impactos do aquecimento global e trabalhar no sentido de criar ambientes urbanos mais resistentes ao calor e habitáveis, tendo a ação coletiva e a tecnologia como aliadas.

Na cidade do Rio de Janeiro, drones e inteligência artificial estão contribuindo com ações de reflorestamento – a fim de que a população sofra menos com as ondas de calor no futuro. Os drones, que têm a capacidade de lançar, cada um, por dia, sementes em uma área de 50 hectares, ou seja, aproximadamente 50 campos de futebol, estão sendo usado para reflorestar áreas de difícil acesso e de encostas na cidade.

Para Gregory Maitre, CEO da Morfo Brasil, startup francesa responsável pelo reflorestamento feito a partir de drones, os impactos serão sentidos no prazo de dois a cinco anos, tempo necessário para que as plantas cresçam. Ele explica que estão sendo usadas, na iniciativa em parceria com a prefeitura do Rio, apenas sementes de Mata Atlântica, vegetação nativa da região.

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Em São Paulo, estudantes universitários desenvolverem um projeto que reutiliza caixas de leite para revestir o teto e amenizar o calor em casas de uma comunidade no município de São Carlos. O projeto, que recebe o nome de Domus – palavra do latim que significa "casa" - é desenvolvido pela Enactus (organização internacional que une estudantes, executivos e acadêmicos em rede para o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras com viés social, econômico e ambiental) da Universidade de São Paulo (USP) - Campus de São Carlos.

O estudante da USP São Carlos Eduardo Carvalho, líder do Projeto Domus, conta que a iniciativa tem beneficiado a população de baixa renda com isolantes térmicos acessíveis e eficazes: os alunos verificaram que os telhados promoveram uma redução de até 20ºC na temperatura após o uso das caixas de leite.

*Créditos
Reportagem: Guilherme Justino
Produção: Sabrina Neumann
Edição: Gustavo Maffei

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