Clima
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Por Jennifer Ann Thomas, para Um Só Planeta

O termo mudanças climáticas, alterações do clima ou mudança do clima refere-se ao conjunto de alterações no clima global que ocorrem como resultado de interferências que tanto podem ter origem natural, como alterações na radiação solar e dos movimentos orbitais da Terra, quanto de atividades humanas, com emissões massivas de gases de efeito estufa. Segundo o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), painel das Organização das Nações Unidas (ONU) que avalia o "estado da arte" das pesquisas científicas sobre mudanças climáticas, o aquecimento do sistema climático é “inequívoco” e é “extremamente provável” que ações humanas sejam sua causa dominante.

Ao longo dos últimos três bilhões de anos, a Terra passou por ao menos cinco períodos de glaciação, longas temporadas de queda nas temperaturas da superfície e da atmosfera do planeta. Nesse sentido, as mudanças no clima são consideradas um fenômeno natural. No entanto, a preocupação global com as mudanças climáticas atualmente não tem relação com um fenômeno natural. Cerca de 97% dos cientistas climáticos concordam que as mais recentes alterações do clima, em comparação com o período pré-industrial, foram causadas pela ação da humanidade com a emissão desenfreada de gases de efeito estufa. O aumento da temperatura média global causa efeitos que já podem ser percebidos em diferentes regiões do mundo, como períodos de estiagem ou de chuva mais intensos, estações de calor ou frio mais extremos e o aumento do nível do mar.

As implicações das ações humanas sobre o clima são analisadas desde a Grécia Antiga. Teofrasto (372 a.C. — 287 a.C.), pupilo de Aristóteles (384 a.C. — 322 a.C.), documentou que a atividade humana era capaz de influenciar no clima. Ele observou que a drenagem de pântanos esfriou uma área próxima à Tessália e que a derrubada de florestas próximas a Filipos fez aumentar a temperatura. No caso, Teofrasto percebeu alterações do clima local, pois, com os recursos disponíveis naquela época, ele não poderia analisar impactos no meio ambiente de forma global.

Em 1896, o físico sueco Svante Arrhenius se tornou o primeiro a identificar o papel do dióxido de carbono (CO2) no aumento da temperatura terrestre e foi o cientista que cunhou o termo “efeito estufa”. Em seus estudos, Arrhenius chegou à conclusão de que a queima de carvão causaria um “aumento significativo” dos níveis de carbono na atmosfera ao longo dos séculos. Menos de um século depois, entre 1957 e 1958, o cientista norte-americano Charles Keeling instalou estações para medir concentrações de dióxido de carbono na atmosfera no Polo Sul e no Havaí. As medições começaram a mostrar um aumento consistente.

Diante da necessidade de consolidar dados, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 1988, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), com o objetivo de providenciar informações científicas aos governos para que sejam desenvolvidas políticas climáticas. De forma voluntária, pesquisadores de várias partes do mundo vinculados ao IPCC analisam centenas de estudos científicos publicados a cada ano para elaborar um documento com as informações disponíveis sobre o que estimula as mudanças climáticas, os efeitos das alterações no clima e riscos futuros, além de identificar como medidas de adaptação e mitigação podem reduzir esses riscos.

Para frear o aquecimento global e limitar o efeito das mudanças climáticas, o IPCC trabalha com o cenário que prevê limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC e evitar que ultrapasse 2ºC até o final do século, em comparação com os níveis pré-industriais. Esses são os objetivos estipulados no Acordo de Paris, tratado internacional assinado por 195 nações, incluindo o Brasil, em 2015. Atualmente, a temperatura do planeta está 1ºC mais quente em comparação a níveis pré-industriais.

As variações de temperatura podem parecer irrisórias, mas são dramáticas para os ecossistemas na Terra. Com o aumento de 1ºC, há vários efeitos das mudanças climáticas que estão em curso, como secas mais prolongadas, eventos climáticos extremos, queimadas fora de controle e temperaturas recorde em diversas regiões, incluindo cidades brasileiras.

Com estimativas sobre os efeitos das mudanças climáticas, governos podem preparar planos de mitigação e adaptação. No caso do Brasil, por exemplo, um dos setores que será mais impactado é a agropecuária, por depender diretamente do clima para a produtividade. Além disso, o aquecimento do planeta faz com que geleiras derretam e o nível do mar aumente, o que coloca em risco a manutenção de diversas cidades litorâneas.

As implicações práticas das mudanças climáticas são vastas e numerosas e perpassam diferentes aspectos da vida em sociedade. Ao mesmo tempo, a vida humana depende do equilíbrio dos ecossistemas planetários e sua biodiversidade, que também sofrem os impactos das mudanças climáticas. Os impactos nocivos e crescentes sobre geleiras, oceanos, natureza, economias e condições de vida humana afetam as gerações presentes e futuras. Daí a urgência de agirmos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e combater a crise do clima.

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