Com chegada do verão, ondas de calor causam mortes e incêndios em diversos países do Hemisfério Norte

Em algumas localidades as temperaturas passam dos 40°C

Por Redação, do Um Só Planeta


Um pedestre próximo à estação de metrô 42 Street-Port Authority Bus Terminal durante altas temperaturas em Nova York, EUA, em 20 de junho de 2024. Getty Images

O verão no Hemisfério Norte começou oficialmente na quinta-feira (20), mesmo dia em que o hemisfério Sul do planeta entro no inverno. Com a chegada dos meses mais quentes para os países da parte de cima do globo, algumas localidades já passam dos 40°C, causando mortes e destruição.

Na Arábia Saudita, segundo balanço da agência de notícias AFP, 1.081 pessoas perderam a vida durante a peregrinação anual muçulmana à Meca devido ao clima excessivamente quente. Para se ter uma ideia da situação, os termômetros bateram 51,8ºC na sombra na Grande Mesquita na segunda-feira (17).

As vítimas são principalmente do Egito – estima-se que 530 –, mas há também da Tunísia, da Jordânia, do Irã, de Senegal, da Indonésia, da Malásia, do Paquistão, da Índia e do Curdistão iraquiano.

Os países banhados pelo Mediterrâneo são outros que estão sofrendo com as ondas de calor. Na Grécia, cinco turistas foram encontrados mortos, incluindo o apresentador de TV britânico Michael Mosley. Apesar da causa dos falecimentos não ter sido confirmada, acredita-se que seja por conta das altas temperaturas.

O clima quente ainda tem causado incêndios florestais de Portugal à Grécia e ao longo da costa norte de África, na Argélia, de acordo com o Observatório da Terra da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos.

E, seguindo na Europa, reportagem da Reuters relata que os meteorologistas preveem temperaturas de cerca de 40ºC na Sérvia, à medida que os ventos do Norte de África impulsionam uma frente quente através dos Balcãs. As autoridades de saúde local declararam alerta meteorológico vermelho e aconselharam as pessoas a não se aventurarem ao ar livre.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, segundo o jornal O Globo, cerca de 100 milhões de pessoas estão sob alerta de risco elevado devido a uma onda de calor intensa que cobre grande parte do Nordeste do país há cinco dias.

Por lá, as temperaturas têm chegado aos 38°C e devem continuar altas até o fim de semana. Dentre as áreas de maior risco estão Nova Inglaterra, Indiana e Ohio, bem como partes dos estados do Texas, Louisiana, Flórida e Arizona.

No Novo México, autoridades relataram que dois incêndios florestais, estimulados pelo calor escaldante, mataram duas pessoas e destruíram mais de 23 mil acres e 500 casas.

Previsões da NOAA indicam que os Estados Unidos devem experimentar temperaturas mais altas do que o normal durante todo o verão, com 50% de chance de ultrapassar os registros de 2023, considerado o ano mais quente da história.

Índia

A Índia não está mais no verão – foi encerrado em maio –, mas, ainda assim, enfrenta muito calor. A capital Nova Delhi registrou na quarta-feira (19) a noite mais quente em pelo menos 55 anos – o Observatório Safdarjung da Índia marcou 35,2ºC à 1h.

A cidade contabiliza 38 dias consecutivos com temperaturas máximas iguais ou superiores a 40ºC desde 14 de maio. Um funcionário do Ministério da Saúde indiano disse no meio da semana que havia mais de 40 mil casos suspeitos de insolação e pelo menos 110 mortes confirmadas entre 1º de março e 18 de junho.

Ondas de calor são intensificadas pelas mudanças climáticas

Cientistas dizem que as ondas de calor se intensificarão se o mundo continuar a liberar emissões que intensificam o aquecimento global, sobretudo as provenientes da queima de combustíveis fósseis.

A World Weather Attribution (WWA) destaca que, em média, mundialmente, uma onda de calor que teria ocorrido uma vez em 10 anos no clima pré-industrial ocorrerá agora 2,8 vezes em 10 anos e será 1,2ºC mais quente. Além disso, caso o mundo atinja 2ºC de aquecimento global, as ondas de calor ocorrerão em média 5,6 vezes em 10 anos e serão 2,6ºC mais quentes.

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