Soltos, condores de cativeiro experimentam o céu pela 1ª vez no Chile

Espécie é considerada vulnerável; iniciativa faz parte de programas de reintrodução dos animais na Patagônia

Por Redação do Um Só Planeta


Condor Maxi Failla/AFP via Getty Images

Durante dois meses, Chicoco, Bagual, Cuyen e Eclipse dividiram uma gaiola em meio à Patagônia chilena, e, recentemente, puderam finalmente experimentar o gosto de bater suas asas pelos céus que observaram por tantos dias. A estadia no campo, antes de decolar, fez parte de um programa de readaptação destes condores-dos-andes à vida selvagem em um dos lugares mais preservados do planeta.

Chicoco foi vítima de envenenamento. Bagual foi resgatado após cair de seu ninho, ainda “bebê’. Cuyen e Eclipse cresceram em cativeiro e agora experimentam a vida ao ar livre, onde poderão voar a até 5.000 metros de altura.

A soltura dos animais faz parte de um programa de recuperação da espécie, e também do ecossistema patagônico, como detalha reportagem da agência Reuters. Esforços do poder público e também do setor privado se uniram na iniciativa.

Segundo a Lista Vermelha da IUCN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources), a espécie tem hoje cerca de 6.700 exemplares, e enfrenta uma tendência de queda populacional, sendo classificada como “vulnerável”.

Condores vivem em bandos e o Parque Nacional da Patagônia está na rota de voo de vários deles, o que ajudará as aves recém-libertadas a se integrarem à natureza, afirmou Cristian Saucedo, diretor de vida selvagem da Rewilding Chile, uma das organizações envolvidas na soltura.

A Patagônia abriga 70% dos condores andinos no Chile, à medida que as populações diminuem nas áreas centrais devido ao desenvolvimento urbano e ao veneno normalmente usado para controlar predadores de gado.

Agora ao ar livre, os novos moradores da região portam consigo transmissores de satélite e rádio que ajudarão os pesquisadores a estudar rotas de voo, locais de reprodução e outros dados essenciais ao estudar estas espécies raras. Condores podem viver até cerca de 28 anos.

“Conhecer a biologia [dos condores] e as diferentes situações enfrentadas por esses dois grupos é fundamental para enfrentar os desafios de sua conservação”, afirma Eduardo Pavez, diretor do Projeto Manku, outra instituição envolvida na soltura.

Mais recente Próxima "Além de todas as expectativas": ornitorrinco mais antigo encontrado na natureza surpreende cientistas

Leia mais