Biodiversidade
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Por Redação, do jornal Unesp

Se nos séculos passados vastas áreas da Mata Atlântica foram derrubadas a fim de extrair pau-brasil, garimpar ouro, ou abrir áreas para pastagem e o cultivo de monoculturas, nas últimas décadas as maiores ameaças tomaram a forma da expansão industrial e urbana, principalmente por meio da criação de loteamentos e condomínios residenciais.

Um estudo abrangente recém-publicado, que contou com a participação de pesquisadores da Unesp, traçou um novo panorama sobre a história recente da dinâmica da vegetação da Mata Atlântica trazendo novas perspectivas, análises e implicações para a conservação do bioma.

O estudo, intitulado “The Atlantic Forest of South America: spatiotemporal dynamics of vegetation and implications for conservation“, foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo [projetos 13/02883-7, 17/09676-8 e 22/01899-6] e teve seus resultados publicados no periódico científico Biological Conservation em março.

O trabalho envolveu colaboradores sediados no Brasil, Nova Zelândia, Noruega, Inglaterra e Argentina, e apresentou uma atualização ampliada de um trabalho anterior, publicado em 2009 pelo ecólogo Milton Cezar Ribeiro, autor sênior do novo estudo e docente do Instituto de Biociências (IB), campus de Rio Claro, onde é coordenador do Laboratório de Ecologia Espacial e Conservação (LEEC).

Mais de 150 milhões de pessoas, ou cerca de 70% da população brasileira, vivem hoje nos limites do domínio da Mata Atlântica, um vasto território de mais de 1,6 milhão de km², que se estende do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte e do litoral até o interior.

Devido ao alto grau de diversidade do bioma (que abriga pelo menos 18.000 espécies de plantas, 2.600 espécies de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, mil espécies de peixes, duas mil espécies de borboletas etc.) e ao acelerado ritmo do desmatamento que ameaçava o ecossistema no início do século 21, foi promulgada em 2006 a chamada Lei da Mata Atlântica, que, dentre outras medidas, impede o desmatamento de vegetação primária, aquela que apresenta um elevado grau de regeneração e capacidade de manter os maiores níveis de biodiversidade e processos ecológicos essenciais para os seres humanos.

A partir de 2005, crescimento

Os possíveis benefícios da legislação para o bioma são um dos resultados do novo estudo, que mostrou que, a partir de 2005, houve uma inflexão positiva em termos de conservação e de incremento de área de vegetação nativa. “Entre 2005 e 2020, a Mata Atlântica ganhou aproximadamente 1 milhão de hectares”, diz o ecólogo Maurício Vancine, que é doutorando no Programa de Pós-graduação em Ecologia, Evolução e Biodiversidade da Unesp de Rio Claro.

Ele conta que esse ganho aproximado de 1 milhão de hectares de vegetação envolveu o aumento de fragmentos já existentes (o que correspondeu ao ganho de 540 mil hectares) e a formação de quase 385 mil novos fragmentos de Mata Atlântica com tamanho médio de 1 hectare, o que equivale a mais ou menos um campo de futebol (que responderam por 440 mil hectares).

No entanto, apesar desse ganho de vegetação, a fragmentação se mostra como um elemento dominante na distribuição dos remanescentes de vegetação do bioma: segundo o estudo, 97% dos fragmentos possuem área inferior a 50 hectares. “Estamos ganhando floresta, é fato, mas o aumento, em média, ocorre em pequenos fragmentos”, explica Vancine, que é pesquisador do LEEC.

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