Biodiversidade
Publicidade

Por Mariana Grilli, da Globo Rural


Manguezais da Amazônia: maior faixa contínua desse ecossistema em todo o mundo. — Foto: Rafael Araújo Curuçá/Instituto Peabirus
Manguezais da Amazônia: maior faixa contínua desse ecossistema em todo o mundo. — Foto: Rafael Araújo Curuçá/Instituto Peabirus

Com cerca de oito mil quilômetros quadrados de vegetação nativa na zona costeira do Pará, Maranhão e Amapá, os manguezais da Amazônia representam a maior faixa contínua desse ecossistema em todo o mundo.

É o que conta Ádria Carvalho, doutora em biodiversidade aquática e pesquisadora socioambiental do Projeto Mangues da Amazônia. Segundo ela, a perda dos manguezais tem sido enorme, principalmente devido à concessão de portos, à extração de madeira e construções de estradas, entre outros motivos.

Dados Atlas dos Manguezais, feito pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em 2018, apontam que 40% deles foram extinguidos no século 20, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste.

A boa notícia, segundo Ádria, é que 80% do ecossistema está na Amazônia, bioma que engloba muitas áreas de proteção, inclusive no meio aquático. São 1.211.444 hectares, ou 87% de todo o mangue do território nacional, inseridos em 120 unidades de conservação, ainda com base no Atlas dos Manguezais.

Discussões como a Década da Restauração dos Ecossistemas, lançada pela ONU, além da necessidade de frear o aquecimento global e diminuir as emissões de gases de efeito estufa chamam a atenção para a preservação dos manguezais.

A boa notícia, segundo Ádria, é que 80% do ecossistema está na Amazônia, bioma que engloba muitas áreas de proteção, inclusive no meio aquático. São 1.211.444 hectares, ou 87% de todo o mangue do território nacional, inseridos em 120 unidades de conservação, ainda com base no Atlas dos Manguezais.

Discussões como a Década da Restauração dos Ecossistemas, lançada pela ONU, além da necessidade de frear o aquecimento global e diminuir as emissões de gases de efeito estufa chamam a atenção para a preservação dos manguezais.

“Eles têm papel fundamental na retenção de carbono no solo, além de contribuírem para a reprodução de peixes e diminuírem o impacto das marés nas zonas costeiras”, observa a pesquisadora ao citar que outra função é reduzir a vulnerabilidade da zona costeira à ocorrência de tempestades e eventos extremos e a inundações.

“Quando é considerado o estoque total de carbono no sistema, incluindo a biomassa subterrânea e estoque no solo, o estoque de carbono em manguezais tropicais por unidade de área é significativamente maior que o observado em quaisquer florestas terrestres, incluindo as florestas tropicais úmidas, como a Amazônia”, aponta trecho do Atlas dos Manguezais.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), quase todas as florestas de mangue do mundo estão entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, cujas regiões concentram mais da metade dos recursos hídricos renováveis do planeta.

Isso significa que a agricultura também se beneficia dos manguezais por constituir “eficazes sistemas de filtragem que evitam o influxo de água salina que torna o solo inadequado para a agricultura”, aponta o PNUMA em nota.

Realizado pelo Instituto Peabiru e Associação Sarambuí, em parceria com o Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), o Projeto Mangues da Amazônia prevê a recuperação de 12 hectares já impactados, beneficiando diretamente em torno de 1,6 mil pessoas, entre os 6 mil comunitários mobilizados em três reservas extrativistas dos municípios de Augusto Corrêa, Bragança e Tracuateua, no Pará.

Para isso, ela diz que o plano é realizar, dentro de dois anos, o plantio de 60 mil mudas das três espécies de árvores de mangue dominantes na região, com construção de viveiro e monitoramento. E ressalta a importância da participação comunitária, pescadores, caranguejeiros, marisqueiras e famílias que utilizam os recursos dos manguezais para o sustento.

“A gente fala em cooperação e educação, de crianças a adultos. São famílias que utilizam os recursos naturais e dali tiram o sustento, então além de conservação da biodiversidade, estamos querendo garantir a renda e a segurança alimentar com desenvolvimento sustentável”, comenta Ádria.

Mais recente Próxima Escravidão, tráfico de armas, pesca ilegal: onda de crimes avança diante da falta de fiscalização dos oceanos
Mais do Um só Planeta

Financiamento deve impulsionar expansão de áreas do grupo, que divide iniciativa meio a meio entre exploração comercial de madeira e regeneração de áreas degradadas

Governo dos EUA injeta R$ 280 milhões no TIG/BTG para restauração florestal no Brasil

Só em 2023 houve aumento de 13% na comparação com o ano anterior, atingindo 14,3 milhões de toneladas métricas

Emissões do Google aumentam 48% em cinco anos; IA é uma das culpadas

Os animais mais rápidos da espécie, por vezes, tiram as quatro patas do chão por cerca de 15% do ciclo da passada ou 0,3 segundos

É um pássaro? É um avião? Não, é um hipopótamo! Pesquisa revela que esses gigantes conseguem "voar"

A medida, se estabelecida, impactará cerca de 36 milhões de pessoas

Governo dos EUA propõe regra para proteger trabalhadores do calor extremo

O trabalho revelou que 100% das geleiras mapeadas em 2019 recuaram em relação à sua posição em 1770, e 108 desapareceram completamente

Derretimento das geleiras do Alasca dobrou a partir de 2010, mostra pesquisa

Além do furacão Beryl, possíveis desastres climáticos nos EUA nos próximos meses podem revelar a importância do tema

Eventos extremos podem colocar as mudanças climáticas na pauta das eleições americanas

Estimativa é da Comissão Nacional de Energia Nuclear

Brasil deve ter repositório definitivo para rejeito nuclear até 2029

Saiba como se proteger do frio

Ministério da Saúde alerta para baixas temperaturas no Sul

Essa foi a segunda vez que um furacão atingiu tamanha intensidade tão precocemente no Atlântico

Furacão Beryl foi elevado para categoria 5 e está a caminho da Jamaica

Nível do Rio Paraguai nos cinco primeiros meses deste ano esteve, em média, 68% abaixo do esperado para o período, e tendência é de intensificação da seca até outubro

Pantanal não teve cheia em 2024 e pode estar perto de “ponto de não retorno”, alerta estudo