Folha de S. Paulo


Investimentos podem voltar se Brasil emitir os sinais certos, diz JPMorgan

A retomada do ciclo de investimentos privados no Brasil, incluindo na infraestrutura, pode acontecer rapidamente nos pr�ximos meses, se sinais apropriados forem dados pelo governo federal ap�s as incertezas ligadas � elei��o presidencial, disse o diretor-presidente do JPMorgan no Brasil, Jos� Berenguer.

V�rios projetos, incluindo constru��o de estradas e portos, e projetos agr�colas e no setor de servi�os est�o prontos para serem desengavetados, disse Berenguer em entrevista � Reuters.

Os desafios para a presidente Dilma Rousseff, reeleita na semana passada para outro mandato de quatro anos, est�o se acumulando e incluem aumentar o controle dos gastos p�blicos e reativar a economia, disse o executivo. Mas mesmo que ela n�o fa�a os ajustes necess�rios da forma r�pida que o mercado espera, diz Berenguer, o pa�s vai avan�ar.

"Est� todo mundo t�o pessimista que acho que as mudan�as certas podem provocar uma mudan�a muito r�pida das expectativas", disse. "Se tivermos um cen�rio minimamente construtivo, poderemos entrar num ciclo virtuoso."

O mercado mostrou forte volatilidade nos meses anteriores � elei��o da semana passada, em parte devido � crescente incerteza pol�tica. As ofertas iniciais de a��es est�o tendo o pior ano em mais de uma d�cada, enquanto o n�mero de fus�es e aquisi��es de neg�cios caiu cerca de 15 por cento em rela��o ao ano passado.

Para o executivo do JPMorgan, a tend�ncia agora � de que haja uma reabertura do mercado de capitais e ele j� percebeu essa disposi��o em conversas com os interlocutores do mercado, que ainda est�o subalocados em Brasil, esperando justamente que as incertezas pol�ticas se dissipem.

Ap�s uma rea��o inicial mais negativa, o Ibovespa, principal �ndice da Bolsa brasileira, tomou f�lego nos dias seguintes � elei��o e fechou a �ltima sexta-feira com forte alta de 4,38%, zerando as perdas do m�s e voltando ao azul no acumulado do ano. Isso ocorreu ap�s o Banco Central na quarta-feira (29) ter se antecipado para ancorar as expectativas de infla��o, elevando a taxa b�sica de juros Selic pela primeira vez em seis meses, de 11% para 11,25% ao ano.

Nesta segunda-feira (3), por�m, a Bolsa fechou em queda de 1,25%.

A alta dos juros ocorreu num momento em que integrantes do mercado discutem se Dilma est� disposta a reverter algumas das pol�ticas de seu primeiro mandato, adotando medidas econ�micas mais ortodoxas para restaurar a confian�a e alavancar o crescimento econ�mico do pa�s.

VANTAGENS

Segundo Berenguer, o Brasil segue exibindo vantagens comparativas em rela��o a outros mercados emergentes de grande porte, por ter um ambiente de neg�cios e governan�a corporativa mais alinhada com os pa�ses do Ocidente.

O executivo afirmou que JPMorgan est� "pronto para operar sob qualquer cen�rio de neg�cios" no Brasil. O banco � o 14� maior do pa�s, com R$ 28 bilh�es em ativos, segundo dados do Banco Central do Brasil.

Para Berenguer, os bancos norte-americanos v�o gradualmente ganhar participa��o de mercado no Brasil, devido � estrat�gia de ampliar o relacionamento com os clientes e � postura de mais longo prazo do que outros bancos globais, disse.


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