Os petralhas deixaram o poder. N�o sinto saudade antecipada nem terei crise de abstin�ncia. Sei que continuar�o rondando. � da natureza rapace das hienas. N�o est�o s� no PT. A rosa teria igual perfume se tivesse outro nome, a exemplo do monturo moral caso se chamasse rosa. O petralhismo � uma legi�o.
Est� no PSOL, no PSTU, na Rede –nesse caso, vem acompanhado com uma espuma de Banco Central independente e uma redu��o de ecologia bals�mica. Mas a cren�a � a mesma. A cozinha molecular de Marina Silva tem a idade do atraso.
Um bando de vagabundos, protegidos por boa parte da imprensa paulistana, voltou a causar tumulto em S�o Paulo no p�s-impeachment. Como sempre, meia d�zia de gatos pingados. Como sempre, depredaram ag�ncias banc�rias. Como sempre, queimaram lixeiras. Como sempre, atacaram a pol�cia. Uns tontos picharam a porta desta Folha com a palavra "golpista".
Justamente a Folha, o maior celeiro de colunistas de esquerda do pa�s. H� mais colunistas de esquerda na Folha do que no "Granma", o jornal oficial do Partido Comunista de Cuba. Esquerdista � assim: n�o respeita clube que o aceita como s�cio. Esquerdistas s�o como Gleisi Hoffmann: pensam que a Casa que os abriga n�o tem moral.
A PM teve de recorrer a bombas de g�s. Sabem como �... A democracia de uniforme precisa de meios de dissuas�o. Leio no "O Estado de S. Paulo" que, na quarta � noite, "em menos de dois minutos, os policiais lan�aram 10 bombas"... N�o entendi se o jornalista acha muito ou acha pouco...
Se o bando estiver quebrando um banco, atacando um pr�dio p�blico ou tentando rachar a cabe�a de advers�rios, como de h�bito, acho pouco. Se estiver lendo os Evangelhos e atrapalhando o tr�nsito, acho muito.
Eis um v�cio, um sestro, uma deforma��o mesmo, muito t�pica da imprensa paulistana. A PM est� sempre errada, mesmo quando certa. Entendo a raz�o: boa parte da m�o de obra � contratada entre formados de jornalismo que tiveram aulas com professores do PSOL e do PSTU. H� at� moderados dando aula. S�o os petistas... Mesmo quando manifestantes batem em jornalistas, estes sempre compreendem por que est�o apanhando.
Eis o tipo de gente que o PT e Dilma mobilizam com a sua conversa mole de golpe.
O �nico golpe a que se assistiu na quarta-feira foi o desferido por Ricardo Lewandowski ao ignorar a letra expl�cita da Constitui��o. O par�grafo �nico do artigo 52 da Carta n�o deixa margem a interpreta��es. Vota-se a "perda do cargo, COM inabilita��o, por oito anos, para o exerc�cio de fun��o p�blica, sem preju�zo das demais san��es judiciais cab�veis." E ponto!
A menos que o senhor presidente do Supremo me apresente um tratado sobre o sentido derivado da palavra "com", ele rasgou a Constitui��o. Quero discutir gram�tica com Lewandowski. Cabe mandado de seguran�a. Cabe ADPF. Rodrigo Janot ter� a coragem?
Qualquer decis�o que n�o atrele a inabilita��o � perda do mandato � exerc�cio picareta do direito. Se o fundamento teve uma aplica��o torta (e teve!) no caso Collor de Mello, dois erros n�o fazem um acerto. Em dobradinha com Renan Calheiros, Lewandowski resolveu sobrepor um artigo meramente procedimental do Regimento Interno do Senado a um fundamento constitucional.
Nas ruas, os dilmistas queimam lixo e pneus; no Senado, Lewandowski e Renan Calheiros queimam a Constitui��o.
Dia desses, chamando-me v�rias vezes de cachorro, Guilherme Boulos, a hiena, perguntou no site da Folha o que eu escreveria quando o PT se fosse.
Em pa�s em que h� Lewandowski, Boulos e Renan, infelizmente, fala-se menos de rosa do que de monturo moral.
Ah, sim! Tchau, petralhas! � s� o come�o.
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