Paula Falbo, de 40 anos, esposa de André Felippe Falbo Ferreira, o Pampa, de 59, contou que o quadro clínico do campeão olímpico do vôlei, que permanece internado na UTI da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, é grave. "O pulmão apresenta SARA, uma síndrome, e está estável. Mas não existe um medicamento específico para isso. Estão sendo tratadas eventuais infecções que surgem, a exemplo da infecção urinária que o desestabilizou há alguns dias", explicou Paula em conversa com Quem, nesta terça-feira (4).
O campeão olímpico pela seleção brasileira de vôlei, nos Jogos de Barcelona 1992, foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkin e, anteriormente, estava internado, desde o dia 13 de março, em um hospital de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, onde precisou ser intubado. No dia 19 de abril, Pampa foi transferido com urgência para a Beneficência Portuguesa de São Paulo para receber o tratamento adequado.
"Os médicos falam que o quadro dele é grave, e que não tem um diagnóstico exato do que levou a essa SARA, que a biópsia [no pulmão] precisa ser feita, mas não tem como fazer agora, neste momento", explicou.
Segundo especialistas do Hospital Israelita A. Einstein, a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) é uma condição em que há acúmulo de fluidos nos sacos de ar dos pulmões, privando os órgãos de receberem oxigênio. Pode ocorrer em pessoas que estejam gravemente doentes ou que tenham lesões significativas e costuma ser fatal.
O risco aumenta com a idade e a gravidade da doença. Pessoas com SDRA sofrem falta de ar intensa e, muitas vezes, são incapazes de respirar por conta própria, sem o apoio de um ventilador pulmonar. O tratamento inclui a administração de oxigênio, de fluidos e de medicamentos.
Amor de pai
Paula contou que a filha do casal, Maria Isabella, de 4 anos, sente muito a falta do pai. "Todas as vezes, ela fala assim: 'saudade do papai. Saudadona do papai, vontade de dar um abração nele'. Ela disse que sonhou com ele ontem, que ele entregava uma flor a ela, de cor rosa, e disse que ela é o amor da vida dele e que precisa viver", relatou, emocionada.
"Nossa filha vai ser a continuação da memória dele, independentemente do desfecho de tudo isso. Não quero que se esqueçam do Pampa. Ele é mais que um campeão olímpico. O coração de ouro é a medalha mais valiosa que ele ostenta no peito", elogiou.
Segundo Paula, os ex-companheiros de seleção brasileira seguem ajudando e rezando pela melhora de Pampa. "O Talmo [Oliveira] esteve comigo na visita essa semana. Ele é um grande amigo, um homem que conhece a palavra de Deus. Mesmo fora do Brasil, ele conseguiu que o capelão da Beneficência desse o sacramento da unção dos enfermos ao meu marido, há cerca de 1 mês", contou.
Paula ainda lamentou a evolução do quadro de Pampa. "Meu marido estava bem. Já havia terminado as 4 quimioterapias previstas. Não sentiu nada. Uma semana depois teve a febre. Fomos ao hospital e o médico, no mesmo dia, falou que ele teria que ir para a UTI. Ele, como sempre brincalhão, deu um pulo e disse: 'o quê? UTI? Vou nada'. E começou a rir. Não entendi nada. Nem ele", recordou. "Ele queria ir caminhando. E o médico o colocou sentado na cadeira de rodas. Ele estava forte e disposto. O que aconteceu?", questionou.