Luciano Huck fala de projeto político no Brasil: ‘A esquerda é atrasada’

O apresentador do Domingão com Huck , de 52 anos, foi entrevistado por Andréia Sadi, âncora do Estúdio I, da GloboNews, para falar sobre a como a democratização da tecnologia e da inovação podem influenciar no empreendedorismo.

O apresentador comentou os impactos da polarização política no empreendedorismo e ressaltou a importância do diálogo para a melhora da economia.

"O Brasil não pode ter mais uma década perdida como tantas que a gente teve. A gente caiu numa polarização que não funcionou para ninguém. Acho que não fez ninguém avançar. Não estou discutindo aqui o teu posicionamento político, identitário e ideológico. Estou discutindo a gente enquanto nação. A gente é um País potente, que tem mercado, que é rico por natureza e pobre por escolha. A gente fez escolhas erradas. Então, eu sempre falo para os meus filhos em casa que a gente tem que ter a capacidade de ter criatividade, iniciativa e de execução", analisa.

"Temos que nos preparar para o futuro, a construção do país através da política. A política tem a força exponencial de transformação na educação, na geração de oportunidades, no mercado, na economia... A gente tem que construir uma nova geração de políticos e de líderes que possam assumir um papel com o sarrafo da ética [lá no alto] no futuro, independentemente de como você pense, se é de esquerda, de direita, liberal ou comunista. Adoro debater com quem pensa diferente de mim se o debate for construtivo. A gente tem que voltar a ter a capacidade de dialogar, de discordar e de não achar que a gente é inimigo por isso", declara.

Huck ainda criticou a postura da esquerda: "A gente vive um país muito desigual, isso tem que ser debatido. Eu não tenho nada contra o capital, eu sou um liberal progressista, eu acho que as pessoas têm que ganhar dinheiro. O lucro não é pecado. Quero que todo mundo vá bem. Não estou aqui fazendo um discurso de esquerda. Até porque não acho que a esquerda no Brasil é radical. A esquerda no Brasil é atrasada", avaliou.

" Se a gente não endereçar as nossas questões não só de desigualdade, mas de geração de oportunidade, isso aqui vai colapsar um dia. Se não fundamentar as bases, você vai entrar errado. Não existe solução mágica que vai equacionar nossas culturas em seis meses"., continuou.

Na TV há mais de 20 anos, Huck hoje conta com uma média de 30 milhões de telespectadores simultâneos em seu programa. Considerado um dos maiores influenciadores do país, membro de diversos Conselhos da Sociedade Civil, ele é também empreendedor, tendo um fundo de investimentos com foco em negócios de tecnologia e bem-estar.

" Tenho bastante segurança que o sucesso é inimigo da inovação. Precisamos estar o tempo todo pensando. Um ambiente como esse, em que você tem empreendedores, tecnologia, educação, nos faz ouvir, pensar e aprender. Estas coisas estão mudando com tanta velocidade, ainda mais quando se fala em criação de conteúdo. É importante estar se reinventado ou refletindo sobre o que você está fazendo", pontua.

"Quando a gente vai para rua, em qualquer lugar, o clima é econômico. Vemos Uber, bolo de pote e vendedores de cosméticos. Essa é a realidade do dia a dia da enorme maioria desses países. Mas garanto a vocês que isso também faz parte do empreendedorismo. Que o empreendedorismo é parte importante dessa receita no mundo, de como a gente faz o país mais justo, com mais oportunidades para todos, independentemente de onde você tenha nascido", diz.